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Um curto filme sobre a incrível paisagem do Gerês e as pessoas que lá vivem.
Direção de fotografia - João Botas
Edição - Rui Ventura
Texto - Cátia Oliveira
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O Saber Fazer é uma iniciativa coordenada por Alice Bernardo, dedicada à investigação, valorização e divulgação das técnicas de produção artesanal e semi-industrial em Portugal, bem como dos recursos locais a elas associados.
Do linhal ao tear, dos jardins de tintureiras ao pigmento, dos rebanhos ao fio, oferecemos um contacto e perspectiva diretos e práticos de todos os ciclos da produção. Privilegiamos as variedades e os recursos genéticos locais e os processos produtivos sustentáveis e de pequena escala.
Os trabalhos mais relevantes do Saber Fazer incluem o registo e documentação de técnicas, as iniciativas de investigação-acção no tema das fibras têxteis e a edição de diversos manuais técnicos dedicados ao seu processamento.
Ao longo do ano organizamos formações e oficinas de qualidade cujo objectivo é garantir a passagem de conhecimento e a disseminação da apreciação pela manufactura de qualidade.
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Rédigé à 11:12 dans Cinéma, Découvrir Tras-os-Montes, Povo portugues | Lien permanent | Commentaires (0)
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Rédigé à 14:57 dans Découvrir Tras-os-Montes, PHOTO et PHOTOGRAPHES, Povo portugues | Lien permanent | Commentaires (0)
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Do Carmo Vieira – Vila Pouca de Aguiar, 1956. Vive em Gondomar.
Licenciada em Artes Plásticas pela Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto, onde frequentou o Mestrado em Pintura.
Curso da Escola Artística Soares dos Reis.
A pintura é a forma de expressão da sua arte, tendo como tema principal a condição humana. Tem abordado outras técnicas, como gravura e livros de artista.
Representada na Fundação Escultor José Rodrigues, Porto. Espaço Miguel Torga, S. Martinho de Anta. Museu Municipal de Espinho. Coleções particulares.
Tem participado em várias exposições individuais e coletivas.
Découvrez les oeuvres de Maria Do Carmo ici https://www.facebook.com/docarmovieirartista/
article sur l'artiste https://expresso.pt/cultura/
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Rédigé à 15:36 dans Découvrir Tras-os-Montes, Povo portugues | Lien permanent | Commentaires (0)
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Copyright © Philippe Loeser
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O “Centro social da Trafaria” desenvolveu, ao longo deste ano letivo, um novo projeto dedicado à cidadania, a que deu o nome “Somos de todo o mundo”, projeto que promove a valorização da diversidade cultural e étnica presente neste centro social e no país.
Foram desenvolvidas várias iniciativas, que incluíram uma dramatização do pré-escolar sobre o tema do racismo - “O patinho (que não era) feio”, o convite às famílias para participar no dia a dia dos trabalhos pedagógicos, ensinando canções e contando histórias de todo o mundo e dos seus países de origem, mostrando livros, imagens, filmes, objetos e tradições.
Promoveram-se encontros e convívios em que a diversidade cultural foi o pano de fundo, como o dia da família e a própria festa de final de ano letivo, que incluíram gastronomia e música de Cabo Verde, Angola, Irão, Brasil, Cuba e Portugal.
Foi justamente na festa de final de ano letivo que inaugurámos um mural que se encontra no hall de entrada do CST com fotografias de 15 famílias que aceitaram representar este projeto pousando para a câmera da fotojornalista Marta Poppe https://www.facebook.com/martapoppefotografia/ em família.
Este será um projeto de continuidade em 2018/2019.
Sofia Valério
Diretora Técnica
Centro Social Da Trafaria
son site martapoppe
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Nas aldeias perdidas do interior português e, mesmo as pessoas no meio urbano crentes na força das palavras, recorrem ainda hoje, a rezase benzeduras, com o intuito de se protegerem e, protegerem os seus. Contra as bruxas, males, doenças, maus olhados, as palavras penetram, em busca da protecção…
As orações, rezas ou benzeduras, perderam um pouco a sua utilização, com o passar dos anos. Quando se tem uma doença vai-se ao médico, se estamos cansados é sinónimo de excesso de trabalho e, nada mais. Mas, as pessoas crentes na força das benzeduras e orações, têm outra opinião. Mulherportuguesa
Gravado no Barreiro, Vila Nova do Ceira, Góis, Coimbra a 22 de Dezembro de 2018
Realização: Tiago Pereira
Som: Cristina Enes Garcia
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Documentário realizado durante a Residência Cinematográfica Plano Frontal, orientada por Pedro Sena Nunes, no âmbito do FILMES DO HOMEM, Festival Internacional de Documentário de Melgaço.
Sinopse
“Em Castro Laboreiro três vezes pegureiro” Em Castro Laboreiro observa-se montes, rochas, pequenos conjuntos de casas separadas por grandes distâncias e as mulheres pegureiras a passear o gado e vestidas de preto. Observamos a Isalina, a mulher que se dissolve na paisagem de rochedos e a sua filha Leonor que divide a vida moderna com a vida rural, para uma compreensão intrínseca de uma etnografia. Um retrato de uma solidão com o rochedo mais alto, Pena D’Anamão, persistente na paisagem deste documentário.
Realização e montagem: Ricardo Dias
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Magnifica exposição «Rostos Fozcoenses» do fotógrafo Paulo Patoleia
No centro de exposições de Vila Nova de Foz-Côa, paralelamente com a Exposição "Os Lugares do Azeite Transmontano"
Quem estiver pelo Norte, à expo esta visivel até finais de março
Magnifique exposition du photographe Paulo Patoleia "Visages Fozcoenses"
Actuellement au centre des expositions de Vila Nova de Foz-Côa, conjointement à l'exposition "Les Lieux de l'huile d'olive Transmontano"
L'expo de Paulo est visible jusqu'à fin mars
Paulo Augusto Patoleia, (Paulo Patoleia) nasceu em 09 de Setembro de 1959, na Açoreira, concelho de Torre de Moncorvo. Cursou na Escola de Administração e Comércio em Torre de Moncorvo.
Rumou ao estrangeiro no ano de 1980 aonde manteve contacto com os novos «fauves» da pintura e escultura, um movimento artístico vanguardista da cidade de Mainz, Alemanha, França, Suiça e Brasil.Em 1984/85 tirou um curso de Hotelaria de Escola de Zurich, aproveitando um acordo de formação profissional existente entre Portugal e Suiça.
Regressou a portugal em 1987 criando um atelier de arte no Felgar, fomentando o intercâmbio cultural com artistas estrangeiros e nacionais.
O gosto pela fotografia despoletou em 2005 registando afincadamente, pelas aldeias, feiras e mercados os rostos das gentes transmontanas durienses, sobretudo aqueles cujo telurismo estava muito vincado no seus rostos.
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Rédigé à 17:12 dans PHOTO et PHOTOGRAPHES, Povo portugues, Voyages | Lien permanent | Commentaires (0)
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Rui Manuel Varejão Mendes nasceu no Porto em 29 de Outubro de 1954. Em Setembro de 1971, com 17 anos, parte para França onde viveu e trabalhou durante 13 anos. Rui, que muito novo parte para Paris, deixa o Porto das pequenas ruas e chega às grande avenidas de Paris. Com a sua alma de fotografo de rua, documentou a vida nestas duas cidades, fazendo também um retrato da época e da emigração portuguesa em França. O seu maior interesse era capturar as pessoas nas suas actividades diárias, aproximando-se das pessoas, conhecendo-as, fotografando-as, procurando criar laços. Em 1984 regressa a Portugal, e promete não mais voltar a partir e emigrar. Durante 30 anos o seu arquivo fotográfico ficou guardado na gaveta até ao dia em que Gracja Zegarowicz descobre as suas fotografias e as tira da gaveta de casa para as espalhar pela cidade inteira. Gracja Zegarowicz, designer editorial vinda da cidade de Wroclaw na Polónia, conheceu Rui Mendes através do seu filho que já lhe tinha falado das fotografias do pai, mas ela nunca as tinha visto. Chegou o dia em que numa visita a casa do Rui, começou a ver as fotografias na parede expostas e de seguida Rui foi buscar os arquivos com os negativos dos milhares de fotografias e colocou-os em cima da mesa. Nesse mesmo dia decidiu que as fotografias do Rui seriam a base da sua tese de mestrado que se concretizaria na criação de um livro. Depois de dias e dias a observar e a digitalizar os negativos das fotografias, e diversos dias de entrevistas com o Rui, o livro PORTO-PARIS-PORTO começou a ganhar forma. O livro revela centenas de fotografias até aqui escondidas tiradas pelo Rui e que nos levam desde as ruas do Porto onde as crianças brincam na rua, passando e parando pelas estações e corredores dos comboios que nos transportam até às grandes avenidas de Paris. Da juventude do Rui até à idade adulta, a fotografia liga estas idades, e as pontes que unem as margens Porto e Paris fazem o Rui pensar quando regressar à cidade que o viu crescer mas que o deixou partir ainda novo. É um retrato do Porto, de Paris, dos anos 80, da emigração portuguesa, de Portugal pós-revolução de Abril, da história de vida partilhada por tantas famílias portuguesas, é o auto-retrato espelhado de alguém que tem na fotografia a sua paixão.
Rédigé à 19:41 dans Emigration portugaise, PHOTO et PHOTOGRAPHES, Povo portugues | Lien permanent | Commentaires (1)
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Voyageur portugais à l’arrivée du train Hendaye-Paris en gare d’Austerlitz , Paris 1966 © Gérald Bloncourt Musée national de l'histoire et des cultures de l'immigration, CNHI
Le Sul Expresso de la Compagnie portugaise (CP) traverse la péninsule Ibérique depuis plus de cent vingt-six ans. C'est la Compagnie internationale des wagons-lits créée en 1876 qui est à l'origine des premières voitures-litsqui permettaient de voyager sur de longues distances dans de bonnes conditions. Ces trains luxueux dénommés les “Grands Express européens” étaient fréquentés par l'aristocratie européenne qui allait se pavaner dans les salons de thé de Biarritz.
7En 1884, la Compagnie projette de mettre en circulation le Nord-Sud-Express capable de joindre sept capitales européennes sur une distance de 4834 km en moins de 83 heures. L'échec de ce premier projet donnera naissance au Sud-Express, qui effectue ses premiers trajets en octobre 1887. Il relie la gare d'Austerlitz à Irun, avec des correspondances pour Lisbonne et Madrid.
À partir des années 1950, la démocratisation des moyens de transport et les vagues d'immigration portugaise et espagnole augmentent le trafic, d'où la nécessité de prévoir des trains de plus grandes capacités. La longueur du Sud-Express est donc augmentée, devenant le train nocturne capable de transporter le plus de personnes en Europe (jusqu'à 600). Par ailleurs, deux trains supplémentaires vers l'Espagne sont créés pour assurer les liaisons vers Madrid ou Salamanque. Dans les années 1990, les trajets effectués sur le territoire français sont progressivement assurés par la SNCF. Le Sud-Express prend le relais à Irun, ce qui oblige les passagers à changer de train pour poursuivre jusqu'à la gare de Santa Apolonha à Lisbonne. En raison de la vétusté du train et du manque de sécurité, les anciens wagons sont remplacés en 2010 par un véhicule espagnol de la compagnie Renfe qui n'autorise plus la circulation de matériel portugais sur son territoire. Ce changement et les possibles mesures de privatisation des lignes ferroviaires menacent l'avenir de ce train qui transporte avec lui la mémoire de l'immigration portugaise vers la France.
Immigrés portugais, train Hendaye-Paris, 1965 © Gérald Bloncourt, Musée national de l’histoire et des cultures de l’immigration, CNHI
L'histoire du Sud-Express est intimement liée aux grandes vagues d'immigration portugaise vers la France au cours desquelles sont arrivés environ 900 000 Portugais entre 1963 et 1974. Il fut le principal moyen de transport utilisé par cette masse de travailleurs à la recherche d'opportunités économiques. Alors que l'immigration vers la France était principalement composée d'Espagnols et d'Italiens, à partir de 1962, les flux de travailleurs portugais croissent de façon massive, représentant 53 % des migrants sur un total de 255 000 arrivées. Cette exportation de la main-d'œuvre portugaise était fortement soutenue par une politique de “portes ouvertes” de la part de l'Estado Novo qui voyait dans l'immigration un facteur positif de développement économique et de modernisation du pays.
Durant cette période de flux intenses, une grande majorité des immigrés portugais ont traversé le Portugal et l'Espagne et sont arrivés en France par le Sud-Express. Cette génération de migrants aura 68 ans entre 1995 et 2013. Ayant quitté le Portugal entre les années 1960 et 1970, beaucoup d'immigrés ne pensaient pas rester en France.
Flot d’immigrés qui arrivent du Portugal, transit à Hendaye, dans le train, 1965 © Gérald Bloncourt, Musée national de l’histoire et des cultures de l’immigration, CNH
Comme son collègue de travail Adelino, Joaquim est arrivé en France par le Sud-Express au début des années 1970. Tous deux se souviennent de leur premier voyage avec une joyeuse nostalgie : “À l'époque, il n'y avait rien dans le wagon, juste un espace vide où s'entassaient les bagages et les passagers, on avait les bras chargés de bouteilles de vin, de jambon et d'huile d'olive”. Tout comme aujourd'hui, les nuits dans le Sud-Express étaient très alcoolisées. “Un jour, un Hollandais nous a vus boire du vin et du whisky, il s'est mis à boire comme nous et comme il prenait des médicaments, en arrivant à la frontière, il était ivre mort dans les toilettes”, raconte Joaquim en gloussant.
Lire l’intégralité de « La fin d’un train et des fins de vie », Hommes et migrations, 1302 | 2013, 162-168 de Léa Barreau-Tran sur
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Project Sea Change est un projet collectif documentaire sur la jeunesse européenne et son avenir. 13 photographes (dont des noms tels que Jocelyn Bain Hogg, Pep Bonet et Donald Webber) faisaient partie de ce projet publié en tant que livre en 2015. Chaque photographe a documenté un pays. J'ai été affecté pour couvrir le Portugal et ma propre génération.
L’objectif du photographe portugais Jose Sarmento Matos pour Sea Change était de documenter l'avenir du Portugal en capturant les sentiments de sa jeunesse. Sa question était «Quelle est la perspective de ma génération sur le présent et son avenir?
Le corpus de travail qui en résulte illustre plusieurs aspects de la jeunesse portugaise afin de comprendre et de représenter la façon dont la dépression financière et sociale en cours est en train de défier des vies. J'ai également cherché à documenter une série d'expériences ordinaires, traditionnelles et innovantes de cette génération au Portugal.
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Imagens de locais onde muitas pessoas já viveram e foram criadas. Imagens suscetíveis de criar sentimentos em quem nas suas memórias resvalem os tempos de outrora. Imagens para serem apreciadas para além do óbvio. Imagens que nos estrondam com o seu misticismo, aquela curiosidade inexplicável que faz com que cada imagem seja vista de forma diferente por diferentes pessoas. Cada um como cada qual vê a mensagem que o seu subconsciente vai buscar de acordo com as suas vivências e as experiências de vida.
Photos de Bruno Andrade
http://portugalatp.blogspot.fr/
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Loin des azulejos touristiques, une nouvelle génération revendique liberté et "non-binarité". Voyageant entre la danse, la chanson, le théâtre ou l’écrit, ces kids du 21ème siècle performent le genre et renouvellent l’esprit lisboète. Galerie de portraits réalisée dans les faubourgs de la capitale, là où les tramways ne s’arrêtent pas.
ANDRÉ, TOTAL LOOK PERSONNEL
C’est à son entrée en fac de lettres qu’André a compris qu'il voulait devenir danseur professionnel. Enfant, il admire Missy Elliott, Busta Rhymes, Naomi Campbell ou encore le chanteur portugais António Variações. Jusque-là, il pratique le hip-hop « mais quand j'ai commencé à être plus à Lisbonne que dans ma banlieue, j'ai senti le besoin de chercher un mouvement plus libre, je voulais aller au-delà de la technique. C'est comme ça que je me suis retrouvé à faire de la danse contemporaine. »
La vingtaine, André sait mieux que personne ce qu’il doit à la danse, tant elle affranchit les corps. « Si le monde actuel était une danse, ce ne serait certainement pas une danse de couple mais plutôt un solo très complexe, un véritable casse-tête. » Comment transformer sa différence en une force tranquille, telle est la préoccupation que partage toute une génération de millenials portugais.
NIX PORTE UN TOUR DE COU EN CRISTAL NOIR, UN TOUR DE COU DÉGRADÉ, UN TOP EN MAILLE MÉTALLIQUE ET UN COLLIER EN CHAINE DORÉ, TOTAL LOOK CEAGAGÊ @CEAGAGE
A 19 ans, Nix a abandonné ses études de photographie et se cherche encore à travers l'art et la mode. Elle et son groupe d'amis sont de toutes les fêtes MINA où l'on abandonne les étiquettes en matière de genre : « Là-bas, tu peux être qui tu es réellement. C'est un peu comme à Berlin. Les MINA sont des soirées utopiques où les gens se sentent super à l'aise. La nuit rend tout ça possible. » Il faut dire qu’à Lisbonne, dans un pays où les conservatismes n’ont pas encore totalement disparu, vivre sa vie comme on l’entend reste difficile : « Si t'es un garçon homo, une fille lesbienne, une personne non-binaire, quand tu grandis, tu n’es pas très représenté dans les médias. Aujourd’hui, dans les séries télé, il y a de plus en plus de personnages auxquels s’identifier. Quand j'étais plus jeune, en tant que trans, il n'y avait rien de tout ça. Petite je pensais même qu'il n'y avait pas d'autres homosexuel(le)s dans le monde. Et puis, souvent, je me demandais si je rencontrerais un jour quelqu'un que j'aimerais et qui m'aimerait en retour. »
SIMÃO PORTE UNE DE SES ROBES DE SCÈNE
Vivre au cœur d’une mégalopole laisserait-il paradoxalement plus de place pour exprimer sa singularité ? Simão, lui, a toujours su qu'un jour il quitterait le lycée de la petite ville où il a grandi pour étudier les arts du spectacle. « À 16 ans, je suis parti à Lisbonne pour devenir comédien. Je pensais que j'étais voué à jouer un personnage de la Cage aux Folles, un homme travesti. Quand je suis arrivé ici, je n'ai pas été victime de préjugés, les gens étaient vraiment différents. Mais petit à petit, au cours de ma formation, je me suis aperçu que dans le théâtre, parmi les comédiens, certains avaient des préjugés. Là, j'ai compris qu'il ne pouvait pas y avoir de rôles sans genre. À la fin de ma formation, j'ai décidé d’interpréter le rôle de Norma Desmond dans Sunset Boulevard mais le jury qui m'a évalué n'a pas compris ce qui se cachait derrière mes intentions. »
« Habituellement, une drag-queen choisit différents personnages à interpréter. Moi, je suis toujours Symone de La Dragma. Je fais des reprises de différentes chansons. Je n'imite personne et je ne fais jamais de play-back. Mon inspiration, je la trouve chez les actrices : Marlène Dietrich, Bette Davis ou Joan Crawford... ce genre-là. ». Toujours à la recherche d'une scène où il pourra chanter, Simão cumule les expériences. Après avoir participé à The Voice, il a joué dans la pièce de théâtre engagée imaginée par les artistes João Pedro Vale et Nuno Alexandre Ferreira intitulée Palhaço rico fode palhaço pobre. « Sur scène, mon personnage revendique le droit à être un monstre. Mon droit de ne pas être un homme ou une femme. X ou Y c'est ce que je suis. Pour le meilleur et pour le pire. »
GUILHERME PORTE UNE ROBE EN MOHAIR MORECCO @MORECCO_OFFICIAL.
Se représenter différemment pour soulever des questions profondes, tel est le projet qui anime Guilherme, qui a pourtant du mal à définir ce qu'il fait quand on lui pose de but en blanc la question : « On peut qualifier ça d’art vidéo ou d'art expérimental, mais je rêve toujours de réaliser un long-métrage. » Son travail sur l’isolement questionne le statut actuel de l’artiste obligé de s’exposer et de faire sa propre publicité. « Moi je suis plus du genre à disparaître, comme une tortue dans sa carapace. Pour moi Lisbonne c’est comme un squelette recouvert veines dans lesquelles coulent l'énergie qui irradie ses rues. »
Explorer son identité ou sa sexualité, quand elles sont difficilement acceptées socialement, font intrinsèquement partie de l’univers d’Aurora, chanteuse et performeuse à la voix magnétique et puissante, ou de Gabriel, venu à l’écriture par... Instagram : « Je suis entré dans l’écriture par l’image, à cause d’Instagram et de la pression à mettre une description. D’abord je faisais un selfie et de là, les mots me venaient. »
Lire l'article complet sur http://www.mixtemagazine.com/article/lisbon-queer-melody
Rédigé à 17:20 dans Culture, Povo portugues, société | Lien permanent | Commentaires (0)
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Catarina Efigénia Sabino Eufémia, popularmente conhecida em Portugal apenas como Catarina Eufémia, transformou-se em símbolo da luta contra a exploração e a repressão a que estavam sujeitos os trabalhadores portugueses durante a ditadura fascista de António Salazar. Nascida em 1928, na aldeia de Baleizão, concelho e distrito de Beja, na região do Alentejo, Catarina era uma trabalhadora assalariada rural, mãe de três filhos. Morreu em 19 de maio de 1954, também no Baleizão, assassinada por um membro da Guarda Nacional Republicana (GNR).
Catarina Eufémia se tornou um símbolo da luta contra o fascismo pela participação em uma greve realizada nos campos do Alentejo, em maio de 1954, pelo aumento da “jorna” (salário diário) que recebiam os assalariados rurais da região. As lutas no campo alentejano vinham se intensificando desde meados da década de 1940, e em 1954, antes do início das ceifas, os trabalhadores decidiram pela paralisação das atividades, aproveitando uma época propícia para a pressão sobre os patrões, já que estes necessitavam de braços para realizar as ceifas.
A reivindicação era um aumento da “jorna” de 16 para 23 escudos, o que representaria, em 2013, um aumento de salário diário de 08 para 12 cêntimos de euro. Apesar de pagarem este salário, que mal garantia a sobrevivência dos trabalhadores, os patrões alentejanos se recusaram a aceitar a reivindicação e contrataram trabalhadores de outras regiões do país, buscando, com isso, furar a greve que estava em curso.
Na aldeia do Baleizão, os trabalhadores estavam mobilizados, e Catarina Eufémia junto a outras 14 trabalhadoras decidiu entrar em contato com um grupo de trabalhadores que havia furado a greve, com o intuito de dialogar e conquistá-los para o lado dos grevistas. Como o conflito grevista já estava se intensificando, a GNR já havia comparecido ao local, acompanhada de agentes da PIDE (Polícia Internacional de Defesa do Estado), a polícia política salazarista. Ao perceberem a aproximação das mulheres ao grupo de trabalhadores, a GNR interpelou as mulheres. Há relatos de que o tenente Carrajola, da GNR, ao questioná-las sobre o que elas queriam, ouviu a seguinte resposta de Catarina Eufémia: “Quero apenas pão e trabalho”. Frente a esta resposta, considerada insolente, o tenente desferiu uma rajada de metralhadora. As balas atingiram Catarina Eufémia que caiu ao chão, com seu filho de oito meses que estava em seu colo, falecendo no mesmo lugar.
A morte comoveu o país, apesar de toda a censura que havia sobre a imprensa. Caso não tivesse sido assassinada, Catarina Eufémia possivelmente teria permanecido no anonimato a que foram submetidas milhares de outras mulheres e assalariados rurais alentejanos. Porém, o caso e sua repercussão serviram aos trabalhadores da região para manter a decisão de continuar a resistência contra a violência salazarista e lutar contra a exploração dos patrões.
A região do Alentejo foi um dos principais locais de resistência à ditadura de António Salazar, sendo que após o golpe de 25 de abril de 1974, os trabalhadores alentejanos realizaram uma das mais profundas lutas pelas melhorias de suas condições de vida, através da realização de uma reforma agrária que não esperou a anuência do Estado para ser realizada. Foi no Alentejo que se constituíram centenas de Unidades Coletivas de Produção e cooperativas de produção nas terras ociosas ocupadas pelos trabalhadores, garantindo com seu trabalho a manutenção da produção agrícola em um período de intensos conflitos sociais.
O Partido Comunista Português (PCP) acabou sendo o principal beneficiário da memória da luta e da morte de Catarina Eufémia, já que possivelmente ela era membro do partido quando morreu. O objetivo era manter a imagem de um Alentejo comunista, um bastião do partido, com o apoio na figura da mulher que virou mártir dos comunistas. http://historiadomundo.uol.com.br/
Rédigé à 16:34 dans Histoire, Povo portugues | Lien permanent | Commentaires (1)
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Le cante alentejano est un genre de chant traditionnel en deux parties pratiqué par des chorales amateurs dans le sud du Portugal, qui se distingue par ses mélodies, ses paroles et son style vocal et se pratique sans accompagnement musical. Les chorales peuvent compter jusqu’à trente chanteurs répartis en groupes. Le ponto commence le chant dans un registre grave, suivi par l’alto qui, dans un registre plus aigu, reproduit la mélodie, à laquelle il ajoute souvent des fioritures, une tierce ou une dixième au-dessus du ponto. L’ensemble de la chorale prend alors le relais, en chantant les strophes restantes en tierces parallèles. L’alto dirige la chorale de sa voix qui domine le groupe tout au long du chant. Un vaste répertoire de poèmes traditionnels accompagne des mélodies existantes ou récemment composées. Les paroles abordent des thèmes traditionnels tels que la vie en milieu rural, la nature, l’amour, la maternité et la religion, ainsi que les changements culturels et sociaux. Le cante est un aspect fondamental de la vie sociale de toutes les communautés de l’Alentejano, et imprègne les rassemblements dans les lieux publics aussi bien que privés. La transmission se fait principalement lors des répétitions des chorales, des anciens membres aux plus jeunes. Pour ses praticiens et ses aficionados, le cante traduit un fort sentiment d’identité et d’appartenance. Il renforce également le dialogue entre les générations, les sexes et les individus de différents milieux, contribuant ainsi à la cohésion sociale.
Rédigé à 12:19 dans Culture, Musique, Povo portugues | Lien permanent | Commentaires (0)
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Licenciei-me em Artes Plásticas na pequena cidade de Viseu de onde sou natural. Inquieto com o futuro e sempre a questionar-me mudei-me no mesmo ano (2012) para o Porto onde em 2014 acabei o mestrado em Comunicação Audiovisual, especializado em Fotografia Documental. Em 2015 a conclusão do percurso académico serviu sobretudo para perceber como me iria posicionar num futuro próximo na fotografia e consequentemente na vida. A ILHA (2014) acompanhou a minha conclusão dos estudos. Teve um processo diferente de todos os outros projetos até hoje. Foi algo marcante para mim. Realizei o meu primeiro livro de autor e exposições. Surgiram novos projetos na fotografia e na minha integração cultural que era algo novo para mim. Em 2016 abracei novos projetos e integrei a cooperativa cultural ACRITICA. Fundámos o Carmo 81, em Viseu, para onde me mudei depois de concluir o meu percurso académico. De 2016 até então (2017) tenho integrado residências, festivais, mostras de fotografia entre outros, desenvolvendo novos projetos. A minha fotografia continua até então a ser vista como uma procura, continuo e continuarei sempre a fotografar aquilo que me inquieta e questiona. As minhas fotografias pertencem sempre há minha realidade é a minha forma de ver o mundo e os que me rodeiam. Por isso não consigo definir metas.
https://www.behance.net/rafaelfarias
Rédigé à 10:52 dans PHOTO et PHOTOGRAPHES, Povo portugues, Voyages | Lien permanent | Commentaires (0)
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Para Christian Georgescu, que viveu nas ruas do Porto, o livro As Vozes do Silêncio - um grupo de sem-abrigo à conquista de cidadania representa mais do que uma vitória — é o registo da saída de um mundo de exclusão e ao mesmo tempo uma mensagem para a sociedade: os sem-abrigos existem e são pessoas.
Ana Cristina Pereira, jornalista do PÚBLICO (onde foi apresentado o livro esta quinta-feira), foi uma das responsáveis pela construção da obra, uma iniciativa d' As Vozes do Silêncio, uma das quatro plataformas do Núcleo de Planeamento e Intervenção nos Sem Abrigo do Porto.
O livro contém uma vertente poética e outra documental. A documental acompanha o quotidiano de pessoas sem abrigo e a sua organização em associações (Uma vida como a arte e a Saber Compreender), com textos de Ana Cristina Pereira e imagens registadas pela lente dos fotojornalistas do PÚBLICO Adriano Miranda, Manuel Roberto, Nélson Garrido, Paulo Pimenta e Rui Gaudêncio.
Além de reportagens e crónicas, o livro reúne contos, poemas, textos dramáticos, fotografias e ilustrações, juntando cerca de 80 pessoas, umas com experiência de rua, outras reconhecidas pelo seu trabalho — como Julieta Monginho, Susana Moreira Marques e Tiago Gomes, que participaram na apresentação em Lisboa.
A obra foi editada pela APURO — Associação Filantrópica e Cultural com o apoio do PÚBLICO. As vendas revertem para um fundo destinado a custear despesas associadas às necessidades decorrentes do processo de reinserção como tratamentos dentários, óculos e equipamento doméstico.
Rédigé à 18:34 dans Livres, Povo portugues, témoignage | Lien permanent | Commentaires (0)
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«Há tanto tempo que não tinha mãezinha» Foi com esta frase que Alfredo, 10 anos, abraçou a mãe, Alice, saída de cinco anos de tortura e prisão em Caxias. Uma de entre as muitas mulheres comunistas que foram à luta, passaram à clandestinidade e por isso pagaram o preço mais alto que uma mulher, e mãe, pode pagar, a separação dos filhos. Uma separação forçada pela ditadura fascista que dominou Portugal durante 48 anos. Seguem as histórias de quatro delas: Alice Capela, Faustina Barradas, Maria Carvalho e Teodósia Gregório.
Nascida e criada na Póvoa de Santa Iria, começou cedo o contacto de Alice Capela, 75 anos, com a luta antifascista. O pai, operário, era militante do PCP, assim como a mãe, e a avó. Apesar de a vida não ser folgada, os abonos de família iam direitos para o partido e a casa era ponto de apoio [casas legais que serviam de abrigo quando algo corria mal] para quem estava na clandestinidade. Destino que também o pai de Alice abraçou tinha ela 10 anos. A mulher e a filha segui-lo-iam um ano depois.
«Éramos três filhos e não pudemos ir todos. Como eu era fraquita dos pulmões fui eu, com grande dor da minha mãe». A avó, também operária, ficou com os dois netos, de 13 e sete anos. «Foi um grande sofrimento para os meus irmãos, na cabeça deles a minha mãe escolheu-me a mim. Compreendo-os muito bem, os meus irmãos e todos os filhos de funcionários que tiveram de ser separados dos pais foram jovens que sofreram muito.»
De cada vez que se formava uma casa clandestina era preciso inventar uma história de vida, Alice, que diz que queria ter sido atriz, garante que tinha muito jeito «era uma miúda que fazia muito teatro.» E nas quase duas décadas que viveu na clandestinidade teve de interpretar muitas personagens.
Com 13 anos aconteceu o primeiro duro golpe, «o meu pai foi preso, e muito torturado, fizeram-lhe muito mal, ficou lá nove anos». Sozinha com a mãe, «saltaram» para um ponto de apoio e pouco depois teriam de se separar.
Aos 18 anos começou a escrever-se outro capítulo da vida de Alice. «Fui formar uma casa com o Adelino Pereira da Silva, que é até hoje o meu companheiro. O Dias Lourenço [dirigente histórico do PCP já desaparecido e campeão de fugas das prisões da ditadura] levou-me e disse que éramos casados só a fingir, mas eu quando o vi ao longe achei-lhe logo graça. Ao fim de três meses éramos companheiros.»
Seguiu-se o inevitável numa altura em que a pílula tinha acabado de ser inventada e a contraceção era bastante falível, engravidou. «E quis ter o filho, para o Adelino gostar mais de mim. Em 1960 nasceu o Alfredo, em casa, com grandes dificuldades».
A ditadura não reconhecia como legítimos filhos gerados fora do casamento. ou Alice e Adelino oficializavam a sua união ou não podiam ver o filho. «Tivemos que nos casar por procuração, ele na prisão de Peniche, eu na prisão de Caxias».
Entretanto, o companheiro foi para a URSS e quando voltou foi preso. De ponto de apoio em ponto de apoio, com o filho de dois anos, acabaria por voltar a juntar-se à mãe numa casa que funcionava como tipografia e onde se imprimia a propaganda e imprensa clandestina do PCP. «Em papel muito fininho, para se poder esconder facilmente.»
«Ali estivemos, a trabalhar intensamente. O Alfredo tinha quatro anos, estava muito bem instruído, muito cedo percebeu os cuidados que tinha de ter». Até que o pior aconteceu. Era a madrugada de 13 de dezembro de 1964. Batem à porta. À pergunta «quem é?» respondem que é o leiteiro. «Àquela hora não podia ser, percebemos logo do que se tratava, e começámos a queimar os papéis. Nisto nove homens arrombam a porta com um pé de cabra e apontam-me uma arma, “Mãos no ar, somos da PIDE”. Eu e a minha mãe começámos a gritar quem éramos e o que se estava a passar para os vizinhos ouvirem. Mas eu não queria fazer muito barulho para não assustar o meu pequenino, de olhos esbugalhados a olhar para aqueles homens armados. Eu não o largava, muito louro, muito bonito, e eles logo com a chantagem: “que criança tão linda”.»
Foram levados para Caxias. «Eu e a minha mãe fomos juntas para uma cela, com o Alfredo. Eu andava sempre com ele atrás e os pides diziam: “há-de servir-te de muito andares agarradinha a ele”, eu não respondia àqueles assassinos, até porque não queria assustar o meu menino. Disseram que, se não arranjasse ninguém para ficar com ele, o davam para um asilo. Não sabia a quem o entregar. Eu e a avó presas, o meu pai, o Adelino e os avós paternos presos também…»
Conseguiu através de uma visita contactar o irmão mais velho, já casado, e pedir-lhe que ficasse com o pequeno. Ele assentiu. O rosto de Alice ensombra-se. «Não gosto de me lembrar disto, são memórias muito duras. Eu preparei-o, fazia-lhe um grande teatro, dizia que nos íamos encontrar depressa.
No momento da separação, nas escadarias de Caxias, um pide perguntou “o que é que pensas que vais fazer?”, “vou entregar o meu filho”, “não vais não”, disse-lhe que tinha esse direito, que não podiam fazer isso, que ele não conhecia os tios, mas eles começaram a puxá-lo e eu tive de o largar. Ele gritava, os olhos cheios de lágrimas, deu um pontapé ao pide, que lhe respondeu com uma bofetada e eu gritei: “bata-me a mim, mas não bata ao meu filho” e desatei aos saltos, parecia um palhaço, dizia: “a mãezinha adora-te, depois quando sairmos daqui vamos fazer uma festa e a mãe vai contar-te muitas histórias”. Era pelo meu filho que fazia aquilo. Subia a escada e ouvia os gritos do Alfredo ao fundo».
Passados 15 dias o tio trouxe-o à visita, no parlatório, Alice não podia nem dar-lhe um beijo. «Disse-lhe que tinha muitas saudades e ele respondeu “Já conheço o paizinho. O paizinho é bonito”. O meu irmão tinha-o levado a Peniche para conhecer o pai.».
Mas a ditadura fascista não reconhecia como legítimos filhos gerados fora do casamento e ditou que ou Alice e Adelino oficializavam a sua união ou não podiam ver o filho. «Tivemos que nos casar por procuração, ele na prisão de Peniche, eu na prisão de Caxias».
«Diziam: “Ao teu filho vais vê-lo morto” e eu pensava nele e nos outros filhos todos do mundo, era por eles que lutava. Queria ficar louca para aquilo terminar.»
Esteve presa cinco anos. Queriam fazê-la falar. Torturam-na, mas esta mulher de aparência frágil à PIDE disse nada. «Estive cinco dias e cinco noites na tortura do sono. Não me podia sentar, nem deitar, tinha alucinações, via uma carantonha a sair da parede e depois via o meu bebé e estava a embalá-lo. Desatei aos gritos e eles enfiaram-me uma toalha molhada na cabeça. Eu gritava “assassinos, assassinos” e eles esbofeteavam-me, davam-me murros, atiravam-me contra a parede, insultavam-me, “puta, cabra”, diziam que eu estava amantizada com fulano de tal e que já tinham dito ao meu companheiro. Diziam: “Ao teu filho vais vê-lo morto” e eu pensava nele e nos outros filhos todos do mundo, era por eles que lutava. Queria ficar louca para aquilo terminar. Depois mudaram de tática, apareceu um tipo que era a cara do Adelino, eu sabia que era um pide, mas ele com muitas amabilidades, a ver se me fazia falar, com aquela delicadeza era perigoso, com outras podia resultar, mas eu desde pequenina que tinha sido avisada daquilo tudo. Sempre disse que tinha ideia de que se fosse presa não falaria, nunca que tinha a certeza que não ia falar. O que me dava força era ouvir aqueles gritos dos nossos camaradas presos em Caxias que viam que eu estava a sair e que não tinha falado».
Quando voltou à cela, a mãe não estava. «Veio passados quatro dias, eu estava com uma pneumonia dupla, e ela diz-me: “Ah, filhinha, tu não morreste!”. Também ela foi muito torturada e resistiu. Era uma grande comunista. Tenho muitas saudades dela. Tive que ter força para a tratar e foi isso que me salvou. Depois foi a vez de ela tratar de mim. Foram cinco anos de muita luta. Estavam lá muitas outras camaradas e tivemos de ter todas muita força.»
Quando saiu, o filho tinha quase 10 anos. «Foi muito estranho, não sabia o que fazer, apanhei um táxi para Entrecampos e de lá o comboio para a Póvoa de Santa Iria, e falava alto com as pessoas no comboio, era a hora a que regressavam do trabalho, dizia o que me tinha acontecido… Bati à porta, o Alfredo vem a correr e agarrámo-nos ao pescoço um do outro e rodámos, rodámos, rodámos, ele dizia: “mãezinha, mãezinha, há tanto tempo que eu não tinha mãezinha”. Uma semana depois fomos ver o Adelino, há sete anos que não o via. “Estás na mesma”, “Tu também”. Não estávamos nada, estávamos horríveis, muito magros.
Corriam os últimos meses de 1970 quando Alice, Adelino e o filho se juntaram novamente, agora na legalidade e deu-se o 25 de abril quando iam passar de novo à luta clandestina. Já não foi preciso.
Seguem as histórias de Faustina Barradas, Maria Carvalho e Teodósia Gregório, aqui https://www.noticiasmagazine.pt/2017/ate-amanha-mae/
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Nasceu na cidade do Porto, Portugal, em 21 de Setembro de 1959.
A sua fotografia aborda, principalmente, temas sociais.
Quase sempre a preto e branco,
a sua narrativa fotográfica avança por "Paisagens Sonhadas" e "Rios Eternos",
de uma forma extremamente realista e humanista.
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Um documentario de Left Hand Rotation, lefthandrotation.com , para o projeto ALFAMÁ É MARCHA.
Meses antes do começo dos Santos Populares começam os ensaios da marcha popular em Alfama e vizinhos de todas as gerações se submergem nos preparativos. Um sentimento de pertença invade cada beco de um bairro em feroz processo de gentrificação, onde muitos de seus antigos moradores já foram forçados a abandonar suas casas, sem uma opção de permanência que evite a dolorosa ruptura de seus vínculos barriales.
Mas Junho está de volta e os antigos e atuais moradores de Alfama se reencuentran, movidos por esta cadencia anual que os leva de novo a se sentir parte do bairro. Cómo prolongar este estado de ânimo durante o resto do ano? Qué significa para o bairro a marcha de Alfama? A quem pertence este património? Cómo evitar que a memória e as formas de habitar coletivas sejam substituídas por uma versão folclorizada da vida em comum do bairro para consumo turístico?
"Alfama é marcha" documenta o processo de trabalho de um projeto coletivo que "visa promover o envolvimento da comunidade de Alfama na valorização do seu património cultural, material e imaterial, através da consolidação de um espólio significativo da realidade das Marchas Populares no bairro".
facebook.com/AlfamaeMarcha
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"Rua dos Lagares" (10 min, 2017) é um Curta-metragem documentario do coletivo Left Hand Rotation em colaboração com Habita e as vizinhas da Rua dos Lagares de Lisboa, em luta contra o seu despejo entre março e agosto de 2017.
Na Rua dos Lagares nº 25, bairro da Mouraria (Lisboa), 16 famílias iam ser despejadas pelo novo proprietário do edifício, não lhes renovando os contratos. Estava a preparar-se para aumentar fortemente a rendibilidade do edifício: aumentar fortemente as rendas, fazer alojamento local para turismo ou vender eram as várias possibilidades que fazem com que hoje o investimento imobiliário-financeiro corra a Lisboa para, literalmente, fazer milhões, à custa do afastamento, da expulsão, dos despejos dos moradores que já não têm poder de compra para um mercado que se tornou inacessível para a maioria da população trabalhadora em Portugal.
Os moradores e, muito especialmente, as moradoras da Rua dos Lagares não se conformaram com a sua expulsão. Além de não quererem abandonar o bairro que as viu nascer ou em que passaram grande parte da sua vida, não tinham nenhuma alternativa de habitação a preços que conseguissem comportar, nem em Lisboa, nem fora. As rendas hoje ultrapassam largamente os baixos salários que, infelizmente, abundam.
As famílias organizaram-se, exigiram os seus direitos, direito à habitação e o direito a permanecer na cidade onde trabalham, para a qual contribuem diariamente; exigiram ter voz neste processo, recusando a sua saída e pressionando os poderes eleitos. Em vez de pedir ajuda – expressão contaminada por um assistencialismo desempoderador que tanto marca mentalidades no nosso país – as famílias organizaram-se para exigir os seus direitos e fazer ouvir a sua voz, como moradores/as, como cidadãos/ãs. E dirigiram-se aos poderes que têm obrigação, não de ajudar, mas de desenvolver políticas e processos que promovam a justiça social, a igualdade, o respeito pelos direitos.
A Câmara Municipal de Lisboa disse que não havia nada que pudesse fazer, que tal era um problema da lei das rendas (que o governo PS ainda não mudou no que é fundamental), dos proprietários e do mercado. Os moradores e, especialmente, as moradoras, não se conformaram e continuaram a sua luta de várias formas (Santo António Contra os Despejos, pagina de facebook, participação em reuniões de Câmara e Assembleias Municipais, elaboração de vídeos de denúncia e, se fosse preciso, manifestações, concentrações, etc). Elas estavam preparadas para tudo!
E assim, num repente, a CML – pela mão da Vereadora da Habitação Paula Marques – negoceia com o proprietário a renovação dos contratos para mais cinco anos sem aumento de rendas e a execução de obras há muito necessárias. Muito Bem!
Esta bela história ainda não está acabada (é preciso ter os contratos na mão e cinco anos, são cinco anos...), mas é já uma grande vitória. Esta vitória vai para além da Rua dos Lagares, ela ensina-nos que é possível travar os despejos. Que vale a pena nos organizarmos e lutar, que só assim conseguimos conquistar ou manter direitos e fazer valer a justiça social. Ensina-nos também que as autarquias e, especialmente, a Câmara de Lisboa, têm mecanismos para acabar com os despejos. Entre outros: exercer o direito de preferência, quando os prédios estão a ser vendidos, para aumentar o seu parque de arrendamento e evitar a expulsão; negociar com os proprietários a manutenção dos inquilinos em troca de licenciamentos e dos apoios à reabilitação; obrigar a quotas de arrendamento permanente e acessível a todos/as em cada projeto de construção nova ou reabilitação; utilizar as casas municipais do património disperso para realojar quem está a ser expulso dos seus lugares, garantindo que as pessoas permanecem nas suas comunidades; limitar fortemente o Alojamento Local; apertar a regulamentação e fiscalização de obras, etc. etc.
Ainda faltam mudar a lei das rendas e a política de Estado e Municipal que incentiva, que premeia, a especulação. Estes continuam a ser grandes desafios. Há muitas mais famílias a serem despejadas neste momento em Lisboa, e em outras cidades do país. Também elas precisam de solução. Para enfrentar tudo isto temos agora mais força.
Obrigada aos moradores e, especialmente, às moradoras da Rua dos Lagares.
Rita Silva (Habita)
http://www.lefthandrotation.com/museodesplazados/
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O retrato do Portugal em crise que vive por detrás dos montes, num documentário ao estilo de João Canijo, cheio de histórias para contar
Os efeitos devastadores da grave crise económica são um tema urgente no cinema português, numa compreensível vinculação do artista ao seu tempo, à sua circunstância e ao mundo em redor. Tal transparece de forma gritante n'As Mil e Uma Noites, de Miguel Gomes; tal como neste Portugal - Um Dia de Cada Vez, de João Canijo e Anabela Moreira, a primeira parte de um longo projeto que pretende fazer uma espécie de radiografia de um país em crise. Os registos são distintos e, de alguma forma, complementares. Miguel Gomes opta por um realismo onírico, passe-se a contradição, em que a fantasia e a realidade convivem lado a lado, com cruzamentos ocasionais, e muitas vezes ao serviço de um experimentalismo narrativo e cinematográfico. Canijo e Moreira optam por um estilo mais clássico, num documentário mais cru, objetivo e eficaz. Portugal - Um dia de Cada Vez confronta-nos com pedaços de realidade não filtrada (na aparência) de famílias de aldeias e vilas do interior transmontano.
Os realizadores mostra-nos que esse documentarismo de proximidade manifesta-se numa forma íntima de contar histórias. E, como acontece sempre com João Canijo, o registo é profundamente cinematográfico e artístico, afastando-se radicalmente, por exemplo, da assinalável experiência televisiva da série de documentários Portugal, Um Retrato Social.
Tal acontece por uma questão de postura, em que se dá a primazia ao cinema e sua subjetividade inerente, e não a uma responsabilidade científica que obriga a escolher casos exemplares sociologicamente pertinentes. O filme de Canijo e Moreira obedece antes a preceitos artísticos e estilísticos e não científicos.
Logo à partida há uma opção por um estilo de documentário não participante, em que as personagens comportam-se como personagens de ficção, abstraindo-se da câmara, dando-nos a sensação de que estar perante a sua vida sem artificialismos. Tão pouco há uma contextualização narrativa em voz off ou através de separadores. Tal como havia feito através da montagem de imagens de arquivo em Fantasia Lusitana, aqui as imagens falam por si, sem recursos a qualquer subterfúgio para além da edição.
Por outro lado, dentro da aparente abrangência de retratos, que vai desde uma escola de província onde se aprende francês, à romena que trabalha na vinha em redor de Vila Nova de Foz Côa, permanece o fascínio pelo universo feminino, que é uma imagem de marca de João Canijo ao longo de quase toda a sua filmografia. Também este Portugal - Um Dia de Cada Vez é um filme de mulheres, em que os homens aparecem como meros figurantes das suas história. Certamente há uma inquietação sobre a profundidade do universo feminino, mas talvez também haja neste caso a intenção de fazer sobressair a ideia de mátria, tão forte também no Portugal contemporâneo.
Imiscuindo-se na crise, em casos pessoais e talvez exemplares, num Portugal esquecido pelos grandes centros urbanos, Canijo e Moreira revelam que a crise chegou a este Portugal remoto décadas antes da troika, num sucessivo desinvestimento e consequente desertificação. Talvez este seja a mais importante ilação sociológica a tirar do filme.
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José Vilhena é o autor incontornável do humor em Portugal. A sua obra, na tradição de Gil Vicente, Bocage ou Bordalo Pinheiro, é uma crónica dos tempos. Umas vezes pela crítica de costumes, outras vezes no olhar sobre a política, outras sobre a Igreja e, quase sempre, sobre a mulher.
Vilhena nasceu em 1927, teve sarampo e todas as outras doenças peculiares nas crianças a quem a providência divina não ligou grande importância. No liceu foi perseguido pelos professores que o chumbaram sempre que puderam. Na Escola de Belas Artes foi um incompreendido. Tragédias sobre tragédias vão-se acumulando como nuvens no céu da sua vida. Aos 20 anos teve uma pneumonia. Aos 21 uma loira. Aos 23 foi chamado a cumprir o serviço militar.
Aos 24 conhece uma daquelas mulheres que põem o juízo em água ao mais «sabido». Aos 25 é obrigado a trabalhar numa casa que traficava vinhos. Aí adquiriu uma inclinação muito acentuada para a bebida. Aos 26 vários dramas sentimentais (a carne entra também no sentimentalismo dele) tornam-no um descrente na humanidade, principalmente na parte feminina da humanidade. Aos 27 publica o seu primeiro livro (Este mundo e outro) e é apedrejado pela crítica de alguns jornais.
Aos 28 tem uma paixão dupla (fenómeno raríssimo) isto é: apaixona-se por duas mulheres simultaneamente. Aos 29 publica o seu 2.º livro (Pascoal). Aos 30 conhece uma morena. Esta última tragédia assume proporções tão catastróficas que alguns amigos admitem ser o ponto final de uma vida inteiramente dedicada às artes e à contemplação da natureza (ou melhor – de certos espécimes da natureza).
Autobiografia 1958.
© José Vilhena | desenho publicado na 'Gaiola Aberta' nº 42 | 15 de Novembro de 1976 | páginas centrais
© José Vilhena | desenho publicado na 'Gaiola Aberta' nº 71 | Setembro 1978
© José Vilhena | desenho publicado na 'Gaiola Aberta' nº 61 | Fevereiro de 1978
Outubro de 1974
© José Vilhena | desenho publicado na 'Grande Enciclopédia VILHENA ' nº 3 | Junho de 1973 | ilustra a palavra 'AGACHAR-SE'
© José Vilhena | desenho publicado na 'Gaiola Aberta' nº 73 | Novembro de 1978 e na 'Gaiola Aberta' nº 83 | Setembro de 1979
Rédigé à 12:08 dans Culture, illustrations, Povo portugues, société | Lien permanent | Commentaires (0)
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Nasceu em 1922, em Alter do Chão, e aos de três anos de idade foi viver para Évora. Descobriu o fascínio pela fotografia quando resolveu ilustrar a tese final do seu curso de Regentes Agrícola com imagens captadas por si. A partir desse momento nunca mais deixou de fotografar e a sua vida profissional foi para sempre marcada por aquela arte. Em Évora, cidade onde viveu até aos 30 anos, envolveu-se em inúmeros projetos. Mas viver só da fotografia não era fácil e no início dos anos cinquenta, ingressa nos serviços do Ministério da Agricultura, indo parar a Montalegre. Numa das suas vistas a Braga conhece a minha mãe e em 1953 casam-se e decidem ir viver para Lisboa.
Durante cerca de trinta anos trabalhou na Direção Geral dos Serviços Agrícolas, onde foi responsável pela obtenção e organização das mais de 10 000 fotos que compõem a sua Fototeca. É criada para si uma nova categoria, a de Engenheiro Técnico Agrário Fotógrafo.
Percorreu o país de lés a lés nas suas saídas de campo e assim foi criando um vasto espólio para os organismos com quem trabalhava, mas também para si.
Durante a sua vida organizou várias exposições individuais o que, para a época, era bastante inovador. Em 1946, com a idade de 24 anos, conseguiu apresentar, em várias cidades do sul do país, a sua primeira grande exposição individual, com trezentas fotografias. Outras se seguiram e em 1970 realiza uma grande mostra fotográfica em Lisboa, no Palácio Foz. Em 1983 expôs no Palácio Galveias, em Lisboa.
Em 1957 editou o primeiro álbum fotográfico, “A Nazaré”, com fotografias e texto da sua autoria. Este livro surge na sequência do convite feito pela câmara daquela cidade para ilustrar um álbum de fotografias originais para ser oferecido à Rainha Isabel II, aquando da sua visita à Nazaré. Em 1965 editou o álbum “Algarve”.
Depois de se reformar preparou uma série de álbuns de diversas regiões do país, tais como Lisboa, Sintra, Braga, Óbidos e Évora. Os álbuns, com texto e maquetagem sua, nunca chegaram a ser publicados.
Após o falecimento do meu pai, em 1999, o Arquivo Fotográfico Municipal de Lisboa adquiriu o seu espólio.
O espólio, que foi para o Arquivo Fotográfico, em 2001, é constituído por largas dezenas de milhares de negativos, diapositivos, provas em papel, de pequeno e grande formato, maquetas de livros e outros documentos de pesquisa e trabalho.
Série “Geometrias e composições”. Décadas de 50/60.
http://arturpastor.tumblr.com/
http://arquivomunicipal.cm-lis
http://arquivomunicipal.cm-lis
http://www.dailymotion.com/vid
http://www.publico.pt/multimed
Rédigé à 13:27 dans PHOTO et PHOTOGRAPHES, Povo portugues, témoignage, Voyages | Lien permanent | Commentaires (0)
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O artista plástico Carlos Teixeira natural de Angola, a residir em Braga desde os quatro anos de idade, é o autor da mostra de pintura “ruralidade”.
Este pintor que já expôs em Espanha, Brasil, e em finais de 2014 levou a sua obra “Expressão Colorida 5” ao Museu do Louvre em Paris.
O conjunto de pinturas em acrílico sobre tela de Carlos Teixeira, são baseadas na obra fotográfica de Jorge Bacelar, o artista e veterinário da Murtosa que tem conquistado vários prémios internacionais com fotos sobre cenários e momentos da ruralidade que lhe são tão familiares no seu dia-a-dia profissional.
As obras expostas resultam de um processo criativo, em que o pintor faz a escolha do tema e depois vai alterando, nomeadamente as cores, neste caso, transpondo momentos de ruralidade para a tela. Uma vertente plástica que Carlos Teixeira tem explorado e desenvolvido, neste seu percurso de sucesso na pintura, como uma habilidade artística que se manifestou ainda muito jovem.
Photos de l'exposition - ID Concept Store - Braga 21.06.2017
Rédigé à 15:41 dans ART CONTEMPORAIN PORTUGAIS, Povo portugues | Lien permanent | Commentaires (0)
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Um livro e uma exposição revelam o olhar do repórter António Pedro Ferreira sobre Fátima, “um espaço difícil de fotografar”. São quase 40 anos de viagens, que começaram em 1979, quando Portugal era “um país mais fotogénico”.
Luís Carvalho já tinha carta de condução e garantiu a viagem num Citroën Dyane. António Pedro Ferreira tinha uma mãe que preparava bons farnéis, com sandes de queijo, ovo e frango embrulhadas em folha de prata. E etiquetas que ajudaram a racionar a comida para uma estadia de dois dias. Corria 1979, dois amigos, urbanos e unidos pela fotografia, meteram-se à estrada rumo a Fátima motivados pela curiosidade de um lugar onde desfilava “um mundo rural” que nenhum deles conhecia bem. Dessa primeira “viagem fotográfica” ao santuário (e ao que o rodeava), António Pedro Ferreira, repórter do semanário Expresso, escolheu treze fotografias para o livro Fátima – 1979-2016, que acaba de ser publicado e que reúne o essencial do seu trabalho sobre um lugar a que foi regressando. É o ano com melhor rácio de imagens na obra entre todos os que visitou Fátima, facto que o fotógrafo explica com a (sua) sensação de que o país seria “mais fotogénico naquela altura”. É uma justificação humilde e que pode esconder outra, igualmente subjectiva: a de que estamos perante uma das melhores abordagens fotográficas que se fizeram em Portugal às romarias marianas e à mística em torno da crença nas aparições.
As primeiras fotografias do livro de António Pedro Ferreira estão mais centradas no frenesi que envolve o santuário, têm pouco da religiosidade directamente ligada a Fátima e estão mais próximas da dinâmica dos devotos, de algum humor (pouco), da circunspecção e da reserva tristonha que lhe vem estampada nos rostos, uma expressão que surge como imagem de marca de um tempo. “Fátima já está muito longe deste mundo. Hoje é quase impossível captar um peregrino sem um colete reflector e uns sapatos de ténis. O país mudou muito. Basta olhar para o vestuário, para os rostos… os jovens já são todos urbanos, mesmo quando vêm de uma ruralidade profunda. Acho que este livro também é uma demonstração de como Portugal mudou em 40 anos.”
Para este livro, António Pedro Ferreira foi obrigado a remexer nos arquivos, exercício que não lhe agrada particularmente. “Não gosto de voltar sempre às mesmas coisas, é penoso. Há fotografias minhas que já não sei se são boas ou se sou eu que gosto delas. É muito difícil manter uma distância crítica em relação ao nosso trabalho.” Mas teve surpresas, descobriu imagens novas e imprimiu outras pela primeira vez. Contas feitas, “cerca de 90% das fotografias do livro” nunca tinham sido mostradas. E descobrir novas fotografias de Fátima não é tão fácil quanto possa parecer. “É um espaço difícil de fotografar. Tem menos de um quilómetro quadrado, mas o que lá acontece é tão variado, tão rico em termos de sentimentos que… lembro-me de chorar lá, é muito intenso. E isto para um não-crente, como eu, não deixa de ser extraordinário.”
Para além deste livro, as fotografias de António Pedro Ferreira sobre Fátima estiveram numa exposição n’A Pequena Galeria, em Lisboa. https://www.publico.pt/
Rédigé à 22:03 dans PHOTO et PHOTOGRAPHES, Povo portugues, Religion | Lien permanent | Commentaires (0)
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As artes, os ritos, os sons e as crenças à volta do pastoreio e da transumância.
Uma produção Câmara Municipal do Fundão e Associação Gardunha 21
“Para voltar à vida a arte tem de se esforçar” um filme de Tiago Pereira - Cópia de trabalho from MPAGDP on Vimeo.
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J’avais entendu parler de Suzette Fernandes depuis quelques années et de son engagement au sein de l’association E3M qui se bat pour le retrait des adjuvants aluminiques utilisés dans les vaccins et dont la toxicité est avérée. Mais c’est il y a peu que j’ai eu le plaisir de la rencontrer, et ce n’est pas l’association qui m’a mené à elle, mais ce sont ses doudous qu’elle confectionne avec tendresse.
Nous nous sommes retrouvés elle et moi, un matin,attablées autour d’un café tartines, et avons fait connaissance. Nous avons parlé ne tout, de nous, des doudous et de l’association bien sûr.
Ce petit bout de femme à la fois forte et sensible vous touche indéniablement par sa sincérité et son humanité.
Bonjour Suzette, depuis quand milites tu au sein de l’association E3M ?
Depuis sa création en Mai 2001
Pourquoi avoir choisi ce combat ?
Choisi ? C’est plutôt lui qui m’a choisi, je suis tombée malade en HIVER1995/1996, et après avoir subi une biopsie j’ai été diagnostiquée MMF (Myofasciite à Macrophages, maladie rare), après avoir lu un article dans la presse sur des malades qui allaient créer une association je les ai contacté et hop création d’une association. Ensuite création d’une maison des associations à l’hôpital Henri Mondor de Créteil. Mon engagement s’est confirmé en constatant les problèmes rencontrés par les usagers. Et depuis quelques années je suis RU (représentante d’usagers du système de santé).
Parles-nous de cette association …c’est une association qui réunit des malades, tous touchés par la même pathologie. Nous luttons en faveur d’un retour des vaccins sans aluminium. Nous avons, probablement, je dis probablement car la recherche est bloquée en ce moment par manque de moyens financiers.
Quels sont les avancés dans ce domaine ? Les avancées sont importantes si l’on mesure que notre association n’a que 16 ans et nous avons permis avec nos petits moyens déjà beaucoup de recherche scientifique. Je tiens à nommer des entités qui nous aident avec régularité comme Fidelidade qui est notre principal support pour notre colloque scientifique annuel du mois de mars. L’Académia do Bacalhau nous a soutenu également. La base de données de malades au niveau national est entièrement financée par des particuliers de la communauté portugaise
Tu es également la reine de la pelote de laine et aiguille à tricoter… après les bonnets, les petits cœurs, comment est née l’idée des doudous ? Cette idée est née avec la naissance de mes petits cœurs que sont mes petits enfants. L’aîné a eu un petit nounours au crochet et l’année dernière à la naissance des 2 autres je me suis dit que je pouvais améliorer le choix, alors maos à obra
D’où te vient ton inspiration ? De mes envies tout simplement, un exemple : ma petite fille adore mettre toutes les étiquettes dans la bouche alors une petite poupée avec un nœud autour du cou (cousu bien ferme) qu’elle pourra mâchouiller tout à son aise. Je fais des cœurs pour l’asso, à chaque vente (5euros) 3 sont reversés à mon asso, et encore plein de petites choses…
Quel sentiment te procure le tricot ? Sentiments au pluriel s’il te plait, bonheur de faire plaisir, relaxation car après une journée où tout ne se passe pas comme on le voudrait c’est un vrai sentiment de vide que l’on ressent avec des aiguilles dans les mains, et la satisfaction du travail accompli…
Où pouvons-nous trouver et acquérir tes travaux ? Directement en me contactant. Je réalise des travaux sur commande essentiellement mais j’ai un petit stock de cœurs (lol)
L’inaction n’étant pas ton cheval de bataille, tu es une femme en mouvement, quels sont projets à venir ? Beaucoup de projets bien sur mais je vais te parler du plus ancien : je le nomme mercerie solidaire. Trouver un local qui réunirait plusieurs activités manuelles comme tricot, couture, crochet et autres. Avec un droit d’entrée les utilisateurs pourraient se servir de machines à coudre pour réaliser eux-mêmes leurs ourlets, leurs rideaux etc, des ateliers seraient organisés tous les jours pour les citoyens désireux d’y participer avec des thèmes différents. Des détails sont encore à définir mais si quelqu’un à une idée pour cette organisation ou un local à mettre à disposition ou veut tout simplement à l’aventure qu’il n’hésite pas à me contacter. Mais l’association reste ma priorité, nous venons d’être nommés au conseil d’administration de l’UNASS (union nationale des associations agréées d’usagers du système de santé), mon président comme titulaire et moi comme sa suppléante. Seulement 4 associations y ont été admises et cela nous conforte dans notre combat.
Comment pouvons-nous soutenir E3M ? En versant des dons et donnant de votre temps, si vous avez des compétences particulières comme l’informatique, le droit, le système de santé etc vous y êtes les bienvenus.
Je te laisse le dernier mot … si j’ai le droit à un dernier mot ce sera un merci à tous ceux qui sont engagés humainement dans la lutte quotidienne des injustices. Soyons là les uns pour les autres
le site de l'association https://www.vaccinssansaluminium.org/
Rédigé à 23:02 dans Povo portugues, Temoignages | Lien permanent | Commentaires (0)
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Sábado, 21 de Março. São três da tarde e no rés-do-chão da Rua do Poço dos Negros borda-se com linhas de amor a sabedoria dos avós e dos lavores tradicionais. Com sorrisos que me encheram o peito, sou recebida pelas meninas. Na entrada da sala, pode ler-se: “Ainda só tem 50? Que pena, volte daqui a uns anos!”
Chama-se “A avó veio trabalhar” e nasceu de um sonho partilhado pela designer Susana António e pelo psicólogo Ângelo Campota. “Gosto mesmo muito, muito de velhinhos”, oiço a Susana dizer, enquanto o meu olhar se perde por entre a felicidade que espelham os olhos da artesã Filomena, o carinho que transborda dos bordados da Maria das Dores e as divertidas provocações das chefes de sala, Elisa e Celeste.
O design enquanto ferramenta de transformação e capacitação é aquilo em que sempre acreditou a dupla autora da ideia, cujo encontro aconteceu no âmbito do projecto Remix, do qual o Ângelo é coordenador. “Somos um bocadinho almas-gémeas”, confessam com um brilho nos olhos — e talvez tenha sido por este brilho tão peculiar que o design social arregaçou as mangas e nasceu a Fermenta, uma associação que usa o design como ferramenta de inovação social, sempre na óptica de capacitação de grupos e comunidades.
“A avó veio trabalhar” é o projecto que costura o poder transformador do design nos tecidos da comunidade sénior e estimula o envelhecimento activo, ao colocar estes avós a produzir verdadeiras colecções de moda através de actividades que recuperam artes e ofícios dos quais eles são os melhores guardiões.
Pontualmente, temos a sorte de ser colocada à nossa disposição uma raríssima colecção de linhas de lavores de amor, através da qual os tutores (com um mínimo de 60 anos de experiência) nos convidam a aprender a costurar em diferentes idades. Basta que peguemos nas agulhas e nos façamos acompanhar de mãos vazias para que possamos receber todo o carinho e dedicação com que nos serão passados conhecimentos que vão desde o bordado tradicional ao tricot, passando pelo tear, serigrafia, esmirna e até crochet.
Destas técnicas nasceram já as colecções de luvas e almofadas, estando a colecção de tapetes a ser confeccionada neste momento por um grupo que conta actualmente com cerca de 40 idosos, mas que inicialmente teve de desbravar caminho por entre os mecanismos de defesa enraizados no seio desta comunidade. “Eu não sei fazer nada”, “eu não tenho interesse” são alguns deles, agora desactivados, apenas e só, graças ao esforço e dedicação desta dupla que, ao recuperar lavores domésticos, os relembrou da riqueza da sua experiência acumulada, quebrou estigmas e os trouxe de volta à vida activa.
As diferenças maiores sentem-se nos pequenos detalhes do dia-a-dia. Contam-nos os autores que na semana passada a Filomena trouxe uma amiga e, poucos dias depois, a amiga já estava a telefonar a uma vizinha: “Estás em casa, sempre aborrecida, tens de vir para aqui – sinto-me tão melhor!”. Agora a Fernanda já sabe que serve para alguma coisa e até vai buscar o batom vermelho para a fotografia. A Maria das Dores colocou a sua melhor blusa de cetim para nos receber e a Elisa já ousa bordar a relva com tons vermelhos, porque aprendeu a ver o mundo com outras cores.
“Em última análise, o que nos define é o nosso trabalho, portanto um idoso quando se reforma deixa de ter uma identidade para passar a fazer parte do grupo dos ‘velhinhos’.” Ainda bem que a Susana e o Ângelo nunca acreditaram nisto. Agora é a nossa vez.
Texto de Catarina Sanches para http://p3.publico.pt
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Transurbana" é uma exposição integrada na retrospectiva “LUÍS CAMPOS>Obras 1982-2008 - Fotografia & Vídeo”. Sobre ela, João Fernandes escreveu: «Transurbana é um projecto fotográfico de Luís Campos realizado em 1994, constituído por diversos trípticos de fotografias montadas sobre alumínio, nos quais encontramos retratos de pessoas anónimas enquadradas em não menos anónimos contextos suburbanos da região de Lisboa. A tradição formal e religiosa do tríptico encontra-se subvertida por uma relação de identidade e de indiferenciação. Esta relação exemplifica a rotina da integração dos habitantes de uma cidade nos espaços aparentemente neutros que esta lhes apresenta como territórios impessoais. O processo fotográfico permite a revelação de pessoas e paisagens que os ritmos contemporâneos vulgarizam e invisibilizam. São pessoas retratadas numa situação fugaz que lhes interrompe o quotidiano mas não lhes desmente o quotidiano. Gente “de todos os dias”, mas não gente banal. Só é banal quem se deixa canibalizar pela banalidade que lhe impõem, como todos sabemos no nosso íntimo.»
Luis Campos Nasceu em Lisboa, Portugal, em 1955, onde vive e trabalha.
Licenciou-se em Medicina em 1978. Realizou a primeira exposição individual em 1981,
em Lagos, a convite do pintor Joaquim Bravo. Membro do grupo “Ether” em 1982,
onde fez um ciclo de Estudos sobre História da Fotografia com António Sena.
Recebeu em 2002 a Medalha do Conseil Général des Hauts-de-Seine
no Salon d`Art Contemporain de Montrouge.
Rédigé à 16:50 dans ART CONTEMPORAIN PORTUGAIS, Povo portugues | Lien permanent | Commentaires (0)
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Vídeo criado para o Centro Interpretativo de Numão - Foz Coa, Portugal.
Explora algumas das memórias, lendas e usos do Castelo pela população de Numão.
Enquanto objecto interpretativo, o seu sentido apenas ganha plena forma quando visualizado no contexto da narrativa expositiva.
«O Castelo de Numão localiza-se na vila de mesmo nome, freguesia e concelho de Vila Nova de Foz Côa, distrito da Guarda, em Portugal. Na vertente este da serra da Lapa, inscrito atualmente no Parque Arqueológico do Vale do Côa, de seus muros avistam-se os castelos de Ansiães, Castelo Melhor, Castelo Rodrigo, Ranhados e Penedono.»
O castelo de Numão, supõe-se, ser de origem muçulmana, todavia esta região foi habitada por povos que remontam à época dos lusitanos e posteriormente romanizada. A reconquista pelas forças cristãs deverá ter ocorrido por volta de 1055, passando a integrar o território português com a independência, declarada em 1139, por D. Afonso Henriques, que mandou reedificar o castelo, cujas obras se prolongam pelo reinado de D. Sancho I. Durante o século XVI, a povoação deslocou-se das imediações do castelo ficando este ao abandono, degradação que chegou até ao século XX, com torreões em muito mau estado e no interior um amontoados de pedras. Classificado como Monumento Nacional, a Direção Geral de Edifícios e Monumentos Nacionais, procedeu a trabalhos de consolidação e reconstrução de muralhas, foi desentulhada a cisterna e recuperada a Torre de Menagem.
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Afurada est un petit village de pécheur à proximité de la marina, avec un lavoir public et séchage en plein air au bord du Douro, en plein vent.
Le lavoir public situé le long de la rivière compte plusieurs années d'histoire. C'est là que les femmes, aujourd'hui encore, lavent leur linge, puis le mettent à sécher à l’air libre et au soleil en face du bâtiment. Il y a quelques années, le lavoir a été couvert de sorte que les lavandières ne subissent pas le froid des mois d'hiver.
son site http://galao.pt/
Rédigé à 17:15 dans Povo portugues, Traditions, Voyages | Lien permanent | Commentaires (0)
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Portugal, setembro de 1974.
A decorrerem ainda os tempos conturbados do Processo Revolucionário em Curso (PREC).
Em Gralhas - Montalegre sobrevivia-se; como até ali. A lavoura era a única forma de manter famílias mais ou menos numerosas. Procurava-se trabalho e encontrava-se, para poucos, emprego mal remunerado. Apenas com a instrução primária, o desejo era mesmo trabalho, muito, para construir a casa com o conforto desconhecido.
A solução era a França.
Tomada a decisão pede-se ajuda. Encontrada a ajuda, pede-se trabalho. Havendo trabalho quere-se a “casinha”, pequena para dormir, suficiente para se ir andando. Não esqueçamos que os objetivos pautavam-se por um dia voltar com um pequeno “pé de meia” para a tal casa de pedra com que se sonhava.
Eis que surge o paraíso: uma “loja de concierge”… Tem tudo: dá para comer, dormir e ainda dá para ganhar dinheiro. Pagava-se para ter uma loja de “concierge”…
Em 1976 os meus pais vão morar para o 28 Rue Eugène Carrière em Paris 18. Mas para ser pequena esta era mínima. Impensável para os padrões de conforto do filho dos meus pais, que eles ajudaram a definir… ou definiram mesmo.
Anos mais tarde, na mesma rua mas no número 28, têm a sorte irem morar para uma “lojinha” maior. Se a anterior tinha 15 metros quadrados, esta teria 16. Não devo estar muito longe da realidade.
Mais tarde ainda surge a oportunidade – paga – de irem morar para Paris 4, Saint Michel, Ile de la Cité. Uma loja bastante maior mas ainda sem casa de banho. WC na “cour”. Espetáculo: esta tinha quase o dobro do tamanho das anteriores. Habilidoso que é, o meu pai construiu uma Mezzanine que passou a ser o quarto deles. Construiu também uma casa de banho e, pela primeira vez em quase uma dúzia de anos, têm um duche para tomarem banho.
A partir daqui tudo mudou. Viveram-se momentos fantásticos; outros nem tanto. Mas viveu-se. Tinha-se ultrapassado o patamar da sobrevivência e isso era bom. Construíram-se grandes e improváveis relações de amizade, trabalhou-se, ganhou-se algum conforto “na terrinha”, grande objetivo e, a única coisa, até se conseguiu que o filho – quem vos está a escrever estas letras – conseguisse aprender a escrever estas mesmas letras; e isso era a única coisa.
História igual à de milhares de Portuguese que emigraram para França para conseguirem uma melhor vida. É a história também dos meus pais da qual, mais ou menos presente, faço parte. Só que esta história acabou dia 31 de Março 2017. Ao fim de 41 anos a minha mãe deixa de ser “concierge”.
Reformada, volta definitivamente para Portugal. Vem carregada. Carregada de agradecimentos, de carinho, de beijos, de histórias, de “souvenirs”,… cheia. Sempre pela sua maneira de ser e de trabalhar.
Dou comigo, em introspeção, a analisar a minha forma de viver com o facto de os maus pais terem vivido numa “praça de concierge”: se numa primeira fase, até aos 12 - 13 anos, não tinha qualquer ideia acerca disso, a partir dos 14 ou 15 sentia como que alguma vergonha estúpida por não viverem num apartamento nos arredores. Evitava dizer às amigas onde morava nas férias. Teria preferido mentir até.
Hoje nutro uma profunda admiração e respeito, pelo espírito de sacrifício também mas, acima de tudo, pela decência e elevação com que desempenharam uma função muitas vezes subvalorizada.
Obrigado.
José Fernando Moura
«Aux premières loges» Photos de Arnaud Lauqué, journaliste et photographe
Rédigé à 16:47 dans Emigration portugaise, LES ENFANTS DE LA CONCIERGE, Povo portugues, Temoignages, témoignage | Lien permanent | Commentaires (0)
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São testemunhos de gente que viveu os tempos da corrida ao volfrâmio e que - felizmente - foram recolhidos em vídeo e tornados públicos.
A recolha das imagens e do testemunho de Lucina da Rocha Gomes foi feita por Guilherme Rösler de Carvalho, estudante da Universidade de Trás-os-montes e Alto Douro (UTAD).
Renascem as histórias das explorações mineiras britânicas e alemãs e as dificuldades que os trabalhadores enfrentavam.
Fala também dos preços que o volfrâmio alcançava, do medo de roubar minério e dos milhares de pessoas que trabalhavam nas explorações.
Rédigé à 16:11 dans Histoire, Historias, Povo portugues | Lien permanent | Commentaires (0)
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Noël dans la loge
Que de merveilleux souvenirs de ces années où ma mère était concierge dans un quartier chic du 17è arrondissement de Paris.
Nous habitions dans une seule pièce, à peine 20m² avec deux petites marches pour délimiter l’espace cuisine, pas de salle de bain et un cabinet de toilette (à la turque évidemment) au fond de la cour.
Malgré ça, il ne m’en reste que des bons souvenirs.
Des liens forts se sont créés avec certains habitants de l’immeuble et plus particulièrement : Irène et Gilbert. Ils n’avaient pas d’enfant, tenaient un kiosque de journaux dans le quartier Saint-Paul.
Irène revenait du kiosque assez tôt dans l’après-midi, pratiquement en même temps que mon retour de la maternelle, alors très souvent je passais du temps chez elle.
A Noël, mes parents, je voulais dire le Père Noël, m’a offert un poupon, Bruno. Mais Bruno n’avait pas de vêtements de rechange, ni de vêtements chauds pour sortir. Alors Irène a beaucoup tricoté : des bonnets, des chaussons, des gilets, un joli manteau et même une couverture pour le landau de Bruno. Quel rêve !
On passait aussi beaucoup de temps à faire des travaux manuels. Irène était une vraie magicienne. Elle prenait une boîte de fromage Kiri, la recouvrait, intérieurement et extérieurement, avec du papier adhésif « Venilia » et je repartais avec une boîte à bijoux. Puis c’était au tour du baril de lessive que nous transformions en petit coffre à trésors.
D’autre fois, c’était un atelier de perles et je repartais, toute contente, avec un nouveau collier.
Gilbert, lui m’offrait des Pif Gadget, qu’Irène me lisait….
Nous avons quitté cette loge pour nous installer dans un petit appartement, l’année où je suis rentrée en CP. Mais j’ai continué à voir Irène et Gilbert très longtemps, jusqu’à leur départ en retraite dans le sud de France….
Elisabeth de Almeida
Rédigé à 09:23 dans Emigration portugaise, LES ENFANTS DE LA CONCIERGE, Povo portugues, Souvenirs, Temoignages | Lien permanent | Commentaires (0)
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Après Nyon en mars 2016, puis Berne l’été passé et Fribourg en novembre, l’exposition photographique « Au-delà des clichés: Portraits de femmes portugaises » s’installe finalement à Genève. « Au-delà des clichés: Portraits de femmes portugaises » est une exposition photographique et un projet d’intégration crée à Nyon, en 2015, par Mariana Mendes et Catarina Antunes avec la collaboration des photographes Nadir Mokdad et Carla da Silva.
165 portraits en noir et blanc de femmes portugaises de différentes générations montrent la diversité des trajectoires professionnelles, d’expériences de vies et d’intégration de ces femmes migrantes, en démystifiant certains clichés et préjugés stigmatisant les femmes portugaises vivant en Suisse.
L’ exposition est à découvrir jusqu’au 26 mars, à la galerie « L’Art dans l’R », au 10 Goetz-Monin, 1205 Genève. La galerie est ouverte du lundi au vendredi, de 12h à 18h.
Um projeto e uma exposição fotográfica itinerante que dá visibilidade às mulheres portuguesas na Suíça e desmistifica clichés.
Em Nyon, Vaud, Suíça, onde os portugueses representam 4% da população desta cidade, residem há cerca de 8 anos duas portuguesas, Mariana Mendes, 48 anos, natural de Lisboa, licenciada em Relações Internacionais e Catarina Antunes, 39 anos, natural de Alverca, licenciada em Gestão de Marketing, ambas interessadas pelas questões da emigração e integração, pela desmistificação dos clichés em relação à comunidade portuguesa e sobretudo em relação à comunidade feminina, desenvolveram um projeto de integração, apoiado financeiramente pela "Commune de Nyon".
Este projeto partiu de um episódio vivido por Mariana Mendes em Nyon, em que foi vitima dos estereótipos atribuídos às mulheres portuguesas e que a fez ter a ideia da criação de um projeto que visasse mostrar, valorizar e homenagear a numerosa comunidade feminina portuguesa desta cidade, mostrar a diversidade de profissões que estas Mulheres exercem e como é uma comunidade activa profissionalmente, independentemente da profissão que exerce e que contribui para o desenvolvimento da sociedade e economia Nyonnaise. E que por serem mulheres trabalhadoras, guerreiras e lutadoras mães de família e muitas vezes vitimas desses estereótipos, se sentem menos motivadas e são menos interventivas social, política e culturalmente. Mas é uma comunidade respeitada, que apesar das dificuldades iniciais de integração, se adaptou bem à maneira de viver Suíça, nunca esquecendo Portugal, nem as suas raízes.
Um projeto que resultou numa exposição fotográfica, com 170 fotografias, 165 mulheres portuguesas fotografadas com 47 profissões diferentes, pelos fotógrafos Nadir Mokdad, Nyonnais e Carla da Silva, Luso-descendente: "Au-delà des clichés: Portraits de femmes portugaises à Nyon en 2016" / "Para além dos clichés: Retratos de mulheres portuguesas em Nyon", integrada na "Semaine contre le racisme, Nyon, 2016", foi inaugurada no dia 18 de março de 2016 na "Salle Communale" de Nyon e esteve patente ao público de 29 de março a 9 de abril 2016 no CC Migros Porte de Nyon, onde teve um enorme sucesso e várias referências positivas na imprensa escrita, rádio e televisão portuguesas na Suíça e também na imprensa escrita e televisão regionais Suíças.
A exposição é acompanhada de textos introdutórios e conclusivos dos passos que levaram à elaboração do projecto e explicação de como foi feito. As conclusões que tiraram, basearam-se nas inúmeras conversas tidas com todas as mulheres fotografadas e dos questionários fechados e confidenciais que elaboraram e que todas elas aceitaram responder por escrito.
Posteriormente e devido ao seu grande interesse para a Comunidade Portuguesa na Suíça, suscitou um convite da parte da Embaixada Portuguesa em Berna para a exporem nas suas instalações. O convite foi aceite pelas responsáveis do Projeto, Mariana Mendes e Catarina Antunes que contaram com o patrocínio do Banco Santander Totta para a sua instalação. Esteve patente nas instalações da Embaixada de Portugal em Berna de 15 de junho ao final do mês de agosto de 2016.
Este foi só o inicio de uma itinerância pela Suíça, com exposições em Genève, no dia 15 de Setembro 2016 no hall de entrada da Salle de la Madeleine, em Friburgo, na Ancienne Gare, de 3 a 20 de Novembro 2016, em breve estará novamente em Genève e estão previstas instalações também noutras cidades Suíças ao longo deste ano de 2017. E quem sabe num futuro próximo Lisboa, Portugal.
Ainda dentro do Projeto, contam com um filme video com pequenas histórias de vida, de emigração bem sucedidas ou não, de descriminação, de clichés... que recolheram junto da comunidade feminina portuguesa de Nyon e que teve uma projeção pública a 4 de Dezembro 2016, na Salle de la Colombière em Nyon.
Durante o período em que a exposição esteve a decorrer em Nyon, a Livraria Payot de Nyon, muito gentilmente se dispôs a dar destaque e a divulgar junto do público Suíço, literatura portuguesa, dando a conhecer escritoras portuguesas traduzidas para a língua francesa.
E a “Bibliothèque de Nyon, Jeune Public” também se juntou à iniciativa e durante esse período deu destaque à literatura infantil em português para motivar a comunidade portuguesa a frequentar mais a Biblioteca local. Adquirindo inclusivamente novos títulos em português para aumentar o número e diversidade de livros à disposição na secção infantil e juvenil portuguesa.
"Foram mais de 6 meses de trabalho intenso e fizemo-lo voluntariamente com paixão e empenho e estamos muito orgulhosas com o resultado e com o trabalho dos fotógrafos que conseguiram captar a raça, a alma feminina portuguesa e os seus belos sorrisos. E também com as nossas conclusões escritas que embora se restrinjam a Nyon e não tendo nós tido a pretensão de fazer um estudo sociológico, nos permitem a nós e à nossa comunidade conhecer melhor o percurso dos últimos 30 anos das mulheres portuguesas emigradas na Suíça. E permitiu-nos conhecer e dar a conhecer fantásticas histórias de vida, de integração e de resiliência de todas estas mulheres. Acreditamos que conseguimos mostrar que é possível unindo-nos, fazer projetos que dêem visibilidade à nossa comunidade, a valorizem e que nos dignifiquem. Sentimos que conseguimos agitar a comunidade local, portuguesa e estrangeira, falou-se de estereótipos, tentou-se desmistificar clichés e quer tenham gostado ou não do nosso projeto, pelo menos ninguém ficou indiferente, falaram em nós. E ficamos também muito contentes por sermos um exemplo positivo para outras comunidades estrangeiras que têm vontade de seguir os nossos passos.
E ainda, e mais uma vez, uma palavra de agradecimento a todas estas corajosas mulheres portuguesas de Nyon que aceitaram entrar connosco nesta bela aventura e se deixaram fotografar. E também a todas as pessoas que nos apoiaram, incentivaram e acreditaram neste magnifico projeto que é de todas(os) nós.”
Mariana Mendes
e
Catarina Antunes
Nyon, Março 2017
Rédigé à 09:12 dans Culture, Emigration portugaise, Povo portugues | Lien permanent | Commentaires (0)
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Em março, o sável é rei em Vila Franca de Xira. Alfredo Vicente Fernandes, na foto em cima, mais conhecido por Cálão, é um pescador no Tejo, na Póvoa de Santa Iria. Toda a sua vida recolheu do rio sável, corvina, robalo, chocos, camarão, entre outras espécies. Esta foi e é a sua labuta, com a planície no horizonte, o cheiro a maresia pela manhã e nos tempos livres a construir miniaturas de barcos e redes de pesca com que decora a sua habitação, casa de arrumos e o casa museu dos avieiros que pode ser visitada na Póvoa de Santa Iria. “É um homem cheio de energia”, elogia o amigo António José Silva, soltando uma gargalhada. Também ele avieiro, “Tonho Zé” admite que o rio já passou por maus tempos. “Agora já quase não há poluição”, garante. “E o peixe é de melhor qualidade que aquele que é pescado em alto mar pelas redes industriais”, assegura. Capturado à mão, cada peça é colhida com cuidado e, logo, “chega menos amassado e mais saboroso”, assevera. Tonho Zé adora aquilo que faz mas teme pelo futuro da tradição avieira. “Hoje ninguém quer seguir esta arte. Não é preciso a fiscalização. Nós próprios acabamos connosco”. http://revistagira.blogspot.fr/
Rédigé à 18:05 dans Povo portugues, Traditions | Lien permanent | Commentaires (0)
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Rédigé à 17:00 dans Povo portugues | Lien permanent | Commentaires (1)
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Loge de concierge à Paris - Photo Brassaï
Uma prima afastada da minha mãe pediu-lhe o valor de um ano de trabalho pela loja de "concierge" e em troca apresentou a minha mãe ao" syndic". Quando chegou o momento de assinar o contrato de trabalho, a minha mãe estava toda atrapalhada à procura dos óculos para assinar, até me fez procurar no meu saco, porque sem os óculos ela não via nada. O gerente acabou por me pedir que eu assinasse. E assim fomos morar para o 52 rue de Paradis Paris 10, a rua do cristal e da porcelana, de algumas lojas de casacos de pele e muitos "ateliers de fourrures".
Coisa estranha dos nossos dias, em muitos prédios era a "concierge" que recebia os alugueres para depois levar ao gerente, aquilo foi um orgulho para nós os estrangeiros pela confiança que nos depositaram. Foi assim que no final do primeiro trimestre fomos nós orgulhosas dar contas à contabilista. Orgulho sim, mas com uma grande responsabilidade, porque nem um cofre tínhamos em casa para guardar esse dinheiro e nenhuma segurança para o transporte. Então metíamos tudo dentro de uma mala à tiracolo e vestíamos o casaco por cima para o esconder e de braços dados lá íamos nós. O primeiro contacto com a contabilista foi simples, ela verificou tudo e disse « há um erro falta dinheiro », uma vez mais a minha mãe esqueceu-se dos óculos e não podia verificar esse erro. As emoções eram muito fortes , ela olhava para mim aflita e jurava que todo o dinheiro estava ali. Acalmei a minha mãe, olhei para a contabilista e disse-lhe « conte novamente por favor porque a Senhora enganou-se no cálculo », ela olhou para mim dizendo que eu não era para estar ali e olhando para a minha mãe disse « para a próxima vez, não se esqueça dos óculos » e começou a verificar as contas acabando por encontrar o seu erro.
No trimestre seguinte, fui eu sozinha dizendo que a minha mãe estava doente, sorriu para mim e disse « tenho a certeza que não falta nada» , e quatro vezes por ano tínhamos o nosso ritual encontro que durou uns dez anos de 1974 a 1984 até ela abalar para a reforma e obrigarem os locatários a pagar por cheque. Durante todos esses anos, nunca houve engano meu porque verificava 20 vezes. Era o meu ritual. Na ultima vez que nos vimos ela sorrio para mim e disse « a sua mãe não sabe ler pois não », chorei e ela beijou-me. A minha mãe foi concierge até 1987 ano em que os médicos a meteram na invalidez por asma crónica, chama - se Catarina Justo tem 81 ano e vive em Portugal e continua a esquecer-se dos óculos.
Conceição, 58 anos
Rédigé à 14:58 dans Emigration portugaise, Entre nous..., LES ENFANTS DE LA CONCIERGE, Povo portugues, Temoignages, témoignage | Lien permanent | Commentaires (1)
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A Lazarim, dans la municipalité de Lamego, le cycle du Carnaval se dédouble en deux moments. Une première partie qui commence le cinquième dimanche avant le Dimanche Gras et une seconde partie qui se déroule entre le Dimanche Gras et le Mercredi des Cendres. Le Dimanche est le jour où se produisent plusieurs célébrations qui précèdent la grande fête carnavalesque.
Le premier Dimanche est réservé aux amis, parmi lesquels apparaissent les premiers déguisés ou "caretos" parcourant le village. Pendant cette semaine, le menu alimentaire s’enrichie de tout type de viandes, surtout de porc, qui seront rituellement servies tout au long de cette période qui précède l’abstinence du Carême. Le Dimanche suivant est réservé aux Amies et sera suivi du Dimanche des Compères et du Dimanche des Commères. Pendant cette période, une claire opposition des groupes de sexe s’opère, avec des démonstrations d’autorité, dans une ambiance de permissivité et de folie. C’est la subversion de l’ordre établie, caractéristique au Carnaval, à la recherche d’un équilibre final au sein de la communauté.
Pendant cinq semaines, les compères préparent les "caretas" et les commères récoltent des fonds pour payer les mannequins sacrifiés, sur le bûcher public, le Mardi Gras. Ce jour-là, la lecture du testament carnavalesque, tient le rôle principal, en présentant des aspects uniques du pays. Une jeune fille lit le testament du Compère et un jeune garçon celui de la Commère. Le texte se divise en trois parties : au “début” on nomme les testamentaires, dans les “deixadas” un âne est symboliquement distribué par les Compères et Commères héritiers et, après le règlement de comptes, vient la “fin” où l’on brûle le Carnaval.
Les masques de Lazarim sont les expressions de la division momentanée de la communauté. D’un côté nous avons les “Caretos” et de l’autre les Demoiselles, la version féminine. Les deux rôles sont, cependant, tenus par des hommes, distingués pour les habits et pour la caricature de certains types ou certaines situations ridicules facilement identifiées par tous. Au-delà des masques habilement taillés en bois, le “careto” utilise un gourdin en forme anthropomorphique appelé “roberto”.
Rédigé à 13:37 dans Découvrir Tras-os-Montes, Povo portugues, Traditions | Lien permanent | Commentaires (0)
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Além disso, num passado desaparecido, e por isso, por vezes chorado, o forno do povo era um ponto de encontro de toda a aldeia. Aí se albergavam, ao calor da fornalha, os mendigos, os artistas ambulantes e os viandantes, nas noites invernosas. Era um "lugar de oração e de reunião, como qualquer capela em serviço permanente" (ANTÓNIO LOURENÇO FONTES, em "Etnografia Transmontana", l, página 10). Era também um local para o serão da rapaziada da aldeia, nas longas e frias noites de inverno, num mundo que já não existe, onde não havia televisão, nem cafés, nem outras modernidades.
Melhor ou pior, todas as aldeias tinham o seu forno, havendo até algumas que tinham mais que um. Era o caso de Vilar de Perdizes, que tinha um forno para cada um dos seus bairros. Ainda hoje, merecem destaque, por estarem em bom estado de funcionamento, além dos de Vilar de Perdizes, os fornos de Padornelos, Tourém e Pitões das Júnias. Estão ainda referenciados outros, em Meixedo, Gralhas, Solveira, Negrões e Travassos da Chã. Nenhum deles tem tido utilização, por serem grandes e consumirem muita lenha até aquecerem e ficarem prontos a usar, o que implica grandes custos, que actualmente não são vantajosos, se comparados com o preço do pão trazido das padarias da vila.
Todos os fornos têm de comum serem edifícios baixos, de um só piso, integralmente construídos em granito, para evitar incêndios. São de pedra as paredes, como também o são os arcos e a abóbada que suportam o telhado. O mesmo se passa com o próprio telhado, formado por lajes graníticas, finamente cortadas. Do lado de fora, ao longo das paredes, existem, em regra, sólidos contrafortes, também graníticos, onde se apoiam os arcos da abóbada interior. Tudo visto, apenas é feita de madeira a única porta que costumam ter. No interior, o espaço é amplo, havendo num dos lados uma bancada de trabalho, de pedra. No outro, fica o forno, propriamente, com a sua cúpula de materiais argilosos e refractários.
Para o viajante que anda em busca das ancestrais tradições e formas de vida comunitária do povo barrosão, de um mundo que já expirou, é obrigatória a visita aos fornos de Padornelos, Tourém ou Pitões das Júnias.
Ler mais: http://barroso-historia-nao-acaba-aqui.webnode.pt/
Photos de Georges Dussaud
Rédigé à 11:34 dans Découvrir Tras-os-Montes, Povo portugues, Traditions | Lien permanent | Commentaires (0)
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