A Prazeres é uma amiga. Pessoa educada, boa conversadora, de trato fácil, um sorriso espontâneo e que sabe bem receber. Para além disto tudo tem um orgulho imenso nas suas origens e demosntra isso em todos os trabalhos que faz.
A Prazeres segue a referência do trabalho e do traço da arte da sua Mestra na vida e no barro, a minha querida, estimada e grande
Julia COTA Artesanato, no entanto modernizou e deu o seu cunho pessoal às suas obras.
As suas peças de barro pintadas com cores vivas de tinta de esmalte.
Nasce no meio do barro e aos 10 anos de idade começa a trabalhá-lo. Apesar ser desde aí uma paixão, arranjou trabalho numa fábrica de cerâmica e só fazia as suas obras nos tempos livres. Procurava então, no trabalho da fábrica algo mais estável financeiramente coisa que o artesanto não lhe proporcionava.
Em 2018 dedica-se em exclusivo ao artesanato após deixar a Fábrica.
Apesar de querer respeitar e seguir a linha da sua mãe, não deixa de procurar peças diferentes e logo desde criança cria uns bonecos aos quais a mãe lhe chama de Novidades.
Mais tarde cria o Pombal (conforme fotografia que ilustra este texto), uma peça que tem a utilidade de colocar uma vela. Por curiosidade e confesso que senti na Prazeres um pouco de orgulho por esse primeiro Pombal ter sido adquirido pelo apresentador de televisão Manuel Luís Goucha.
Esta criatividade que reconheço na Prazeres fez com que ganhasse em 2017 o prémio revelação atribuído pelo Município de Barcelos com “As Africanas”.
Hoje assina as peças com P. Côta, as peças mais recentes têm o carimbo com Prazeres Côta, mas inicialmente assinava PCF ( Prazeres Côta Filha).
Curioso que a Prazeres acaba por criar o carimbo de forma a responder às constantes perguntas dos seus clientes que lhe questionavam: o P é de quê?
De uma forma prática e eficiente cria o carimbo e esclarece a questão.
Tem especial apreço por fazer Diabos e a Frida Kahlo.
Trabalha na oficina da mãe que é uma janela para o mundo. Nessa oficina já la passaram milhares de pessoas e é aí que divulga o seu trabalho, reconhece isso com uma humildade que quero sublinhar, que demonstra a grandeza humana que a caracteriza.
Tem na sua neta Julinha Cota ( a quem já aqui dediquei um artigo) a sua maior aluna e que a encheria de alegria se seguir as pisadas da avó e da bisavó.
Inspira-se nas peças da família, e no seu quotidiano.
Alexandre Correia
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