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26/12/2017

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José Rey

Tinha um ano quando a Catarina foi abatida.
Quando tinha 11 ou 12 anos, logo a seguir ao exame da quarta classe, também fui tralhas 9 mêses no Alentejo.
Não sei quanto ganhei, sei que só fui pago ao fim dos 9 mêses.
Além do ordenado, tínhamos direito todas as semanas a uns kg de farinha, azeite e um pedaço de carne gorda (toucinho).
Passava um homem com uma carroça, puchada por um burro, trazer esses bens alimentares.
Eramos + ou - duas duzias de pessoas da minha terra, das quais faziam parte 5 rapazes (chamavam-nos os russos, nunca soube porquê).
O homem da clarissa, deixava também um pipito de vinho branco para vender, a cargo do manangeiro.
Dormíamos todos dentro do mesmo barracão em cima duns estrados, as mulheres para um lado e os fazer pazes para o outro.
O pipo estava depositado no chão ao pé da nossa tarimba/estudo, não sei qual de nós, mas um arranjou un pequeno tubo maleável e à noite quando se apagavam as luzes, um por um nós aspiravam os o vinho do Pipo.
As nossas tarefas, além do mesmo trabalho que as mulheres era sair do "quartel" cedo para irmos à água e acender o lume no local onde íamos trabalhar, que chovesse ou não era todos os dias o mesmo ritual.
Era realmente tempo de miséria.
Quando regressei à minha terra, logo arranjei outro trabalho na pedreira.
Andei lá quase 3 anos, nos últimos tempos ganhava 30$00 por dia.
Isto em princípios de 1969, porque em maio de 1969 vim para Paris.
E foi então daqui de Paris que soube a tragédia que se tinha passado em 1954 em Baleizão.
É assim se passou uma parte da minha vida.
Além destes momentos vividos, posso dizer que não tenho nenhum ressentimento a não ser com o regime Salazarista.
Laje me dói hoje é quando ouço pessoas dizer que no tempo do Salazar é que estava bom.

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