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Imagens de locais onde muitas pessoas já viveram e foram criadas. Imagens suscetíveis de criar sentimentos em quem nas suas memórias resvalem os tempos de outrora. Imagens para serem apreciadas para além do óbvio. Imagens que nos estrondam com o seu misticismo, aquela curiosidade inexplicável que faz com que cada imagem seja vista de forma diferente por diferentes pessoas. Cada um como cada qual vê a mensagem que o seu subconsciente vai buscar de acordo com as suas vivências e as experiências de vida.
Photos de Bruno Andrade
http://portugalatp.blogspot.fr/
Rédigé à 12:20 dans PHOTO et PHOTOGRAPHES, Povo portugues, témoignage | Lien permanent | Commentaires (0)
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São as Coisas mais simples e pequeninas de Amar e do Amor.
A cada dia que passa na minha vida contigo… mais grata sou a TUDO o que fizeram comigo, Filha.
Minha querida, doce e bonita infância.
Hoje valorizo mais, agradeço mais, inspiro-me mais…
Hoje sinto-me, absolutamente, fascinada pelas mais simples e pequenas coisas que vivi, cheirei, senti, descobri, pisei, mergulhei, colhi, provei…
Hoje consigo aperceber-me do impacto de cada abraço no sofá, de cada colo embrulhada na toalha depois de um mergulho na água gelada da Ericeira, de cada passeio de sábado à tarde à Manjoeira para visitar os Avós, de cada receita que preparei empoleirada na cadeira da cozinha, de cada tarde no jardim a tirar os ovos da capoeira, de cada viagem de roulotte deitada no banco de trás, de cada copinho de iogurte cheio de conchas da praia do Matadouro, de cada final de tarde sentada nas pedras da calçada a tirar musgo e a observar os caracóis que subiam pela parede do vizinho, de cada adormecer de mãos dadas contigo, Mãe, deitada ao lado da minha cama…
Hoje as memórias são infinitas e o meu coração enche-se de Amor.
Do Amor que aprendi com os meus Pais.
Do Amor que me viu crescer e me fez acreditar em mim.
Hoje sei que a diferença na minha infância foi ter sido, sempre, a prioridade na Vida dos meus Pais.
(eu e a minha Mana Kida.)
Nas Coisas mais simples e pequeninas de Amar e do Amor.
… tão naturais e cheias de encanto.
Leais e fiéis à cultura onde cresci.
Procuro-as cada vez mais. Na minha memória e no meu coração. Cativam-me cada vez mais.
Intensamente.
As primeiras vezes nunca se esquecem.
Validam os meus projectos, os meus sonhos e os meus rumos.
Todos os Tesouros que o pensamento me traz à memória.
Do leite aquecido de manhã que tiravas, Pai, a nata com uma colher pequenina.
Das castanhas descascadas dentro da tigela ao lado da televisão e dos queijos frescos da Avó.
Do carapau em almoços de sardinhada e do perfume das violetas que colhíamos e metíamos dentro de um cálice pequenino para enfeitar a mesa posta do almoço de Domingo.
São as Coisas mais simples e pequeninas de Amar e do Amor.
… que são o mais importante e o maior que guardamos dentro do peito.
É disso que o coração é feito.
Amor.
Texte de Sofia Valente 6.1.2018
pour le blog Aldeia De Gralhas
Photos de Sofia Valente
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Para Christian Georgescu, que viveu nas ruas do Porto, o livro As Vozes do Silêncio - um grupo de sem-abrigo à conquista de cidadania representa mais do que uma vitória — é o registo da saída de um mundo de exclusão e ao mesmo tempo uma mensagem para a sociedade: os sem-abrigos existem e são pessoas.
Ana Cristina Pereira, jornalista do PÚBLICO (onde foi apresentado o livro esta quinta-feira), foi uma das responsáveis pela construção da obra, uma iniciativa d' As Vozes do Silêncio, uma das quatro plataformas do Núcleo de Planeamento e Intervenção nos Sem Abrigo do Porto.
O livro contém uma vertente poética e outra documental. A documental acompanha o quotidiano de pessoas sem abrigo e a sua organização em associações (Uma vida como a arte e a Saber Compreender), com textos de Ana Cristina Pereira e imagens registadas pela lente dos fotojornalistas do PÚBLICO Adriano Miranda, Manuel Roberto, Nélson Garrido, Paulo Pimenta e Rui Gaudêncio.
Além de reportagens e crónicas, o livro reúne contos, poemas, textos dramáticos, fotografias e ilustrações, juntando cerca de 80 pessoas, umas com experiência de rua, outras reconhecidas pelo seu trabalho — como Julieta Monginho, Susana Moreira Marques e Tiago Gomes, que participaram na apresentação em Lisboa.
A obra foi editada pela APURO — Associação Filantrópica e Cultural com o apoio do PÚBLICO. As vendas revertem para um fundo destinado a custear despesas associadas às necessidades decorrentes do processo de reinserção como tratamentos dentários, óculos e equipamento doméstico.
Rédigé à 18:34 dans Livres, Povo portugues, témoignage | Lien permanent | Commentaires (0)
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Comme grand nombre de portugais, mes parents, mon frère et moi avons fait pendant plusieurs années le voyage en voiture vers le Portugal.
Une véritable expédition, particulièrement stressante pour ma mère qui devait veiller au bon déroulement des préparatifs (valises, rangements, provisions… et j’en passe), mon père, qui était le seul à posséder le permis, se mettait en conditions profitant des quelques heures précédant le voyage pour se reposer, quant à mon frère et moi, excités par le voyage, nous préparions joyeusement nos petits sacs à jouets, cassettes audio PIF poche, bibliothèque rose et verte…
Mon père aimait partir tôt, de nuit, « conduire à la fraiche » comme il disait.
Ce qui ne nous enchantait pas vraiment. Mais qu’importe, c’était les vacances.
Arrivait enfin le jour J. Nous voilà tous à bord de la CX noire prête à « décoller ». Plutôt que le tape-à-l’œil, mon père privilégiait le confort, et pour lui la CX répondait à ce critère. J’avoue, pour ma part, que la suspension hydropneumatique du véhicule me rendait malade. Je passais donc une grande partie du voyage allongée.
Nous traversions la France, tout en écoutant les cassettes audio que nous avions emportées pour que mon père reste éveillé.
Dans les années 70 notre voiture n’était pas équipée d’autoradio, alors nous emportions une valise, véritable bijou de technologies en son temps, qui comprenait dans son couvercle deux enceintes stéréo, ainsi qu’une platine tourne disque, un lecteur/enregistreur cassette audio et une radio toutes ondes (avec antenne dépliable intégrée).
Nous mangions dans les restaurant d’autoroute du type L’Arche, reprenions la route, puis nous nous arrêtions un peu sur des aires de repos lorsque mon père était fatigué, on en profitait pour se dégourdir les jambes et se faire un gouter. Puis arrivés à la première frontière et après les contrôles d’usage nous traversions l’Espagne, sans nous presser. Mon père s’y perdait souvent au début (bénit soit le GPS), et pour demander sa route mon père baragouinait un portugais aux accents espagnols. Quoiqu’il en soit, il se débrouillait plutôt pas mal mon père : on finissait quand même par arriver au Portugal !
Et là nous commencions à traverser une kyrielle de petits villages Transmontanos, semblables les uns aux autres, croisant sur notre route vaches et moutons, enfants, hommes et femmes aux visages burinés et chiens errants.
Plus nous approchions du village de Gralhas plus les routes devenaient sinueuses, partiellement goudronnées et jalonnées de trous.
Le décor était planté : paysages arides et montagneux, des chênes et des champs à perte de vue, de vieilles maisons en granite, des femmes vétues de noir, des odeurs de campagne… voilà à quoi ressemblait Tras-Os-Montes.
Comme chaque année Grand-mère et Grand-père nous attendaient devant la maison.
Vous nous manquez…
Les voitures cathédrales de Thomas Mailaender
Rédigé à 11:27 dans Emigration portugaise, Souvenirs, Temoignages, témoignage | Lien permanent | Commentaires (0)
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Nasceu em 1922, em Alter do Chão, e aos de três anos de idade foi viver para Évora. Descobriu o fascínio pela fotografia quando resolveu ilustrar a tese final do seu curso de Regentes Agrícola com imagens captadas por si. A partir desse momento nunca mais deixou de fotografar e a sua vida profissional foi para sempre marcada por aquela arte. Em Évora, cidade onde viveu até aos 30 anos, envolveu-se em inúmeros projetos. Mas viver só da fotografia não era fácil e no início dos anos cinquenta, ingressa nos serviços do Ministério da Agricultura, indo parar a Montalegre. Numa das suas vistas a Braga conhece a minha mãe e em 1953 casam-se e decidem ir viver para Lisboa.
Durante cerca de trinta anos trabalhou na Direção Geral dos Serviços Agrícolas, onde foi responsável pela obtenção e organização das mais de 10 000 fotos que compõem a sua Fototeca. É criada para si uma nova categoria, a de Engenheiro Técnico Agrário Fotógrafo.
Percorreu o país de lés a lés nas suas saídas de campo e assim foi criando um vasto espólio para os organismos com quem trabalhava, mas também para si.
Durante a sua vida organizou várias exposições individuais o que, para a época, era bastante inovador. Em 1946, com a idade de 24 anos, conseguiu apresentar, em várias cidades do sul do país, a sua primeira grande exposição individual, com trezentas fotografias. Outras se seguiram e em 1970 realiza uma grande mostra fotográfica em Lisboa, no Palácio Foz. Em 1983 expôs no Palácio Galveias, em Lisboa.
Em 1957 editou o primeiro álbum fotográfico, “A Nazaré”, com fotografias e texto da sua autoria. Este livro surge na sequência do convite feito pela câmara daquela cidade para ilustrar um álbum de fotografias originais para ser oferecido à Rainha Isabel II, aquando da sua visita à Nazaré. Em 1965 editou o álbum “Algarve”.
Depois de se reformar preparou uma série de álbuns de diversas regiões do país, tais como Lisboa, Sintra, Braga, Óbidos e Évora. Os álbuns, com texto e maquetagem sua, nunca chegaram a ser publicados.
Após o falecimento do meu pai, em 1999, o Arquivo Fotográfico Municipal de Lisboa adquiriu o seu espólio.
O espólio, que foi para o Arquivo Fotográfico, em 2001, é constituído por largas dezenas de milhares de negativos, diapositivos, provas em papel, de pequeno e grande formato, maquetas de livros e outros documentos de pesquisa e trabalho.
Série “Geometrias e composições”. Décadas de 50/60.
http://arturpastor.tumblr.com/
http://arquivomunicipal.cm-lis
http://arquivomunicipal.cm-lis
http://www.dailymotion.com/vid
http://www.publico.pt/multimed
Rédigé à 13:27 dans PHOTO et PHOTOGRAPHES, Povo portugues, témoignage, Voyages | Lien permanent | Commentaires (0)
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Ma mère est arrivée en France en 1972, à Clichy-la Garenne, la veille de ses 16 ans. Moins d’une semaine après, elle travaillait déjà dans une clinique obstétricienne, où elle enchaînait les tâches – ménage, cuisine, distribution des repas aux patientes, changement des lits, etc. Par la suite, elle a également travaillé dans une usine d’emballage, puis en tant que nourrice dans une famille aisée avenue Foch, tandis qu’elle faisait en parallèle et depuis le début, des ménages dans des bureaux le soir.
Elle a emménagé pour la première fois dans une loge, avec mon père – chauffeur-routier à l’époque – en 1979. Mais ce n’était pas un temps-plein, elle devait toujours se rendre à l’autre bout de Paris en métro, bientôt avec mon grand frère dans les bras, pour travailler. Et la loge était petite : à peine 25 m2, avec WC dans la cour et sans aucune salle de bain. Mes parents et mon frère y ont vécu pendant six ans, avant que la loge dans l’immeuble deux numéros de rue plus loin ne se libère, en 1985. Un logement de 60 m2, avec possibilité de faire deux chambres, et une gigantesque hauteur sous plafond. Et surtout, une loge à temps plein. Comme pour beaucoup, cela a sonné comme un soulagement ; plus besoin de prendre les transports avec son bébé dans les bras pour aller travailler, possibilité de l’emmener et d’aller le chercher à l’école, et de continuer à faire des heures de ménage à côté…
C’est dans cette loge où je suis née, où j’ai vécu 25 ans, et où mes parents sont restés jusqu’à la retraite de ma mère, en décembre dernier. Je n’ai jamais connu le syndrome du fils de la gardienne dans le film La cage dorée, qui, face à ses camarades parisiens, a honte d’assumer le travail de sa mère. Pourtant, son histoire et la mienne ont plusieurs ressemblances : élevés dans un immeuble plutôt chic, avec des familles aisées qui partageaient souvent avec nous leur intimité (sans forcément qu’on le demande d’ailleurs !), mère totalement dédiée à son travail, scolarisés dans des établissements plutôt côtés et côtoyant donc des amis de « classes sociales » assez différentes.
Aussi loin que je me souvienne, je n’ai jamais eu honte de dire que j’étais fille de gardienne (à titre personnel, je n’ai jamais eu de problème avec le terme « concierge », mais je sais que ma mère préfère celui de « gardienne », choix que je respecte). Evidemment, la taille de notre logement n’était pas idéale dans une vie d’adolescente : la paroi qui séparait ma chambre de celle de mes parents n’allait pas jusqu’au plafond, et mon frère dormait dans une mezzanine dans le salon. Mais cela n’a pas empêché mes parents de me laisser accueillir à deux reprises ma correspondante allemande pendant une semaine complète, ou de me laisser inviter des copines (parfois toutes les semaines !) à dormir à la maison.
Petite, l’immeuble était pour moi un terrain de jeu. Je garde de très bons souvenirs de la distribution en porte-à-porte du courrier, lorsque j’accompagnais ma mère, qui sonnait alors à presque tous les appartements pour remettre enveloppes et colis en main propre. J’ai toujours été très chouchoutée par les propriétaires ; conseils pour l’école, pour mon orientation, confiance pour mes premiers pas en tant que baby-sitter, puis au fur et à mesure que les enfants grandissaient, confiance toujours pour que je les aide à faire leurs devoirs, bouclant la boucle.
Je pense aussi bien sûr à « Mamie et Papi », comme je les appelais : un couple, sans enfants, qui m’accueillaient à bras ouverts pendant que ma mère faisait le ménage. Je rêvais alors de jouer du piano, mais c’était (et c’est toujours) un instrument volumineux et cher. Ils en avaient justement un dans leur appartement ; ils m’ont patiemment appris quelques notes et quelques morceaux ; une fierté pour moi. Jusqu’à leur départ en maison de retraite, loin de Paris, ils ont participé à tous mes anniversaires en famille.
Evidemment, il n’y a pas que des aspects positifs : le manque d’intimité – et de tranquillité ! – lorsque l’on sonnait nuit et jour à la porte « Vraiment désolé, j’ai oublié mes clés ; vous pourriez me donner le double ? », « Ma femme est tombée, votre mari peut-il venir l’aider à se relever ? » - Sollicitations auxquelles mes parents ont toujours répondu positivement, et avec le sourire. Car pour eux – et pour moi aussi - , c’était le métier : « rendre service », au-delà des missions « officielles ». Aujourd’hui, dans mon quotidien et dans ma vie professionnelle, je pense et essaie d’être quelqu’un de serviable, dans le vrai sens du terme. Cela n’a pas un sens péjoratif, justement car ma mère m’a appris que c’était justement ce qui donnait de la valeur aux relations humaines. Et j’ai vu que, souvent, cela nous était rendu. Certains propriétaires ont développé de vrais liens d’amitié avec ma mère, avec qui ils partageaient leur vie, leurs secrets. Mes parents ont été invités aux baptêmes d’enfants de l’immeuble, et c’est au tour de jumelles de l’immeuble d’appeler mes parents « Mamie et Papi », même après leur départ de la loge. Et en parlant de départ, autant vous dire que ma mère a eu droit à un superbe pot, offert par les propriétaires (mais elle avait quand même fait des rissois et des pasteis de bacalhau, bien sûr !), et à de très beaux cadeaux.
Quitter la loge a été plus difficile que prévu – et ce même pour mon frère et moi, pourtant partis depuis plusieurs années. J’ai réalisé que c’était la dure vie de gardienne : on lui offre la retraite, mais on lui prend aussi sa « maison », car c’est ce qu’était pour nous la loge, au même titre que notre maison au Portugal. Mais restent les souvenirs, les valeurs apprises, les relations entretenues avec certains propriétaires… et un piano. Et oui : après le décès de mes « Mamie et Papi de l’immeuble », leur famille a décidé de m’offrir le piano, qui sera bientôt dans ma chambre au Portugal.
Aujourd’hui, mes parents profitent du repos bien mérité à Carregal do Sal. Depuis toute petite, j’ai entendu mes parents discuter de la possibilité de quitter la loge, pour partir vivre dans un plus grand espace, plus loin de Paris. Mais ma mère a toujours voulu offrir à mon frère et moi le meilleur, et je sais à quel point elle a travaillé avec courage et sans relâche pour que ce soit le cas. Cet hommage lui est donc bien évidemment dédié, et la conclusion toute trouvée : je suis fière d’être fille de concierge (mais oui maman, ce mot est très bien !).
Magali Madeira
Rédigé à 14:44 dans LES ENFANTS DE LA CONCIERGE, témoignage | Lien permanent | Commentaires (1)
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L’histoire de ma famille en France a commencé il y a bien longtemps, dans les années 60, comme beaucoup de portugais qui voulaient fuir le régime de Salazar et du même coup donner une vie meilleure à leurs enfants.
Mon grand-père maternel, Germano Machado Garcia a décidé de venir en France en 1961 en laissant sa femme Gracinda Montinho Garcia et ses deux enfants Maria de Fatima (ma mère) et Fernando (mon oncle). Mais à l’époque il fallait ruser pour traverser les frontières, après une longue marche à pied à travers le Portugal puis l’Espagne et un passage dans le coffre d’une voiture puis une seconde, et encore de la marche… bref un voyage de 8 jours à travers le Portugal, l’Espagne et la France.
Il est arrivé à Nanterre (92), mais pas de logement fixe, ni de travail. La vie n’était pas simple pour lui mais avec le temps il a fini par trouver du travail puis un logement. Quelque année plus tard il a trouvé du travail dans une usine du côté d’Orléans (45). En 1968 ma grand-mère est venu le rejoindre quelques années, puis elle est repartie pour s’occuper de ma mère et de mon oncle.
En 1975, ma mère avait 18 ans quand elle est venue rejoindre mon grand-père, à Orléans. Dans un premier temps elle a travaillé comme femme de ménage dans une pharmacie puis comme employée d’étages dans un hôtel.
Mes parents se sont mariés en février 1976 et je suis née le 28 Septembre de la même année.
Mon père en 1977, a décidé de partir s’installer à Paris. J’avais 6 mois quand ils m’ont confié à ma grand-mère maternelle au Portugal, le temps de trouver un travail, de déménager, de s’installer…
A Orleans, mon père a travaillé dans plusieurs usines. En arrivant sur Paris il a commencé à travailler dans une boucherie puis il a gravi les échelons année après année. Il faisait les trois huit par fois, je le voyais peu. Il a travaillé comme chef bouché jusqu’à sa retraite en 2013.
Après plusieurs problèmes de logement, ma mère a fini par trouver un logement et un travail. Elle est devenue concierge d’immeuble au 73 rue Carnot à Levallois Perret (92).
J’avais presque 3 ans quand mon père est venu me chercher. Je pris pour la première fois l’avion, il parait que je ne tenais pas en place, que j’avais mal aux oreilles et que je criais « je veux descendre ».
Les montagnes, les petites ruelles, les chemins ainsi que les champs de Gralhas, ont laissé place au béton de la ville de Levallois Perret. En une journée je suis passée d’une maison à une petite loge de concierge de 20 m². Je ne me souviens évidemment pas de ce que j’ai ressenti, mais ma mère m’a dit que le premier mois était très difficile, je lui disais « je veux retourner chez grand-mère et ta maison est pourrie ».
Le temps a fini par faire son œuvre, j’avais perdu les bras de ma grande mère mais retrouvé ceux de ma mère et finalement je n’ai pas perdu au change. Ma grand-mère était une femme extraordinaire et ma mère est une femme formidable.
Je suis restée avec ma mère jusqu’à ma rentrée à l’école primaire à 5 ans, en CP, (maman voulait rattraper le temps perdu, donc pas de maternelle pour moi). En plus de la loge de concierge comme beaucoup de personne en ce temps-là, elle faisait des heures de ménage et s’occupait d’une petite fille (dans la journée) et le ménage dans des bureaux (le matin très tôt et le soir). Je passais mes journées avec elle chez ses patrons les Rioult, Sophie (la fille de ses patrons) avait 4 ans de plus que moi, mais elle ne m’aimait pas beaucoup car je touchais à ses jouets.
Quand j’y pense elle avait des journées de folies, elle ne dormait pas plus de 5h par nuit.
Je me souviens de ma première rentrée des classes. Il y avait des enfants qui pleuraient, ils ne voulaient pas quitter leurs parents. Je ne comprenais pas trop surtout que pour moi c’était ma mère qui pleurait…
J’ai passé ma primaire dans une école privé catholique, Saint Marie de la Providence à Levallois Perret. J’étais très bavarde et curieuse, je ne tenais pas en place.
Nous sommes restés dans cette petite loge jusqu’à ma rentrée au collège. Même si elle était petite on y était bien. Mes parents organisaient très souvent le dimanche des petites fêtes ou des déjeunés en famille. Je me souviens de mon parrain qui jouait parfois de l’accordéon, pendant que mes cousins et moi jouions dans la cour. Cette cour pour moi était comme ma résidence secondaire, j’en y ai passé du temps.
Il y avait une boucherie à gauche de l’immeuble et une boulangerie à droite. Je me souviens de la bonne odeur du pain et des croissants, car le four de la boulangerie donnait sur la cour.
Ma mère s’était lier d’amitié avec la bouchère, ils avaient également une fille. Stéphanie avait 3 ans de plus que moi, nous jouions très souvent ensemble. Ils avaient aussi une chienne, elle était super grande, Laxmy elle s’appelait. J’allais de temps en temps la promener.
Nous avons eu de très bon moment dans cette loge, j’y ai très peu de mauvais souvenir. Entre mes 8 et 10 ans j’allais avec ma mère faire le ménage dans un petit bureau du trésor public sur la place de la planchette à Levallois. Je vidais les poubelles pendant que ma mère faisait les poussières et l’aspirateur. Pour moi il s’agissait plus d’un jeu que d’un travail.
Mon moment préfère de l’année était, le mois d’août je retrouvais mes grands-parents, et les montagnes de Gralhas. Le mois d’août touchant à sa fin, il fallait rentrer à Levallois, mais toujours avec un pincement au cœur. Pour ne pas être trop triste je me disais, qu’il allait y avoir mon anniversaire et noël, les deux fêtes les plus importantes pour moi et puis je savais que j’allais revenir.
En 1988, nous avons déménagé au 15 rue Verniquet 75017 Paris, cette fois la loge était plus grande. J’avais un espace plus grand pour moi, un peu comme une petite chambre avec une mezzanine.
Vu que j’étais plus grande, j’aidais un peu plus ma mère dans ses tâches quotidiennes. Je l’aidais à nettoyer les escaliers de l’immeuble et à distribuer le courrier. Comme j’étais la fille de la concierge les gens me faisaient plus confiance et de nombreux parents me proposaient de faire du babysitting.
Etant enfant puis adolescente, je n’ai jamais eu l’impression d’être différente des autres enfants de ma classe. Bien sûr je n’avais pas de vraie chambre, j’avais un petit chez moi mais l’important c’est d’être heureux et peu importe nos origines.
En 1995 nous sommes retournés à Levallois mais cette fois plus en tant que concierge. Mes parents ont acheté un appartement et j’ai eu enfin ma chambre. Ma mère a mis un point final à son métier de concierge.
Aujourd’hui, je tiens à remercier mes parents et à les félicités pour leurs parcours incroyables, ils n’ont pas eu une vie facile mais ils peuvent être fière d’eux. J’ai la chance d’avoir eu une enfance plutôt heureuse mais surtout d’avoir eu des parents formidables. Merci à vous deux.
Grace C Garcia
Rédigé à 22:55 dans LES ENFANTS DE LA CONCIERGE, témoignage | Lien permanent | Commentaires (0)
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Mon père Artur MADEIRA CARNEIRO jeune marié à Olimpia MARTINS SEQUEIRA, laisse au Portugal sa famille, constituée alors de mon frère Manuel Domingos et Antonio Delfim. Se lançant dans une longue marche qui durera un mois. Il arriva en 1964, dans le nord de Paris, plus exactement dans la région de la Picardie. Après deux années passées loin de sa famille, en janvier 66, il fit venir son épouse et mon frère plus âgé par le train, trajet qui durait deux longues journées.
Antonio resta avec ma grand-mère paternelle, alors trop petit pour faire le trajet, c’est ainsi que je vis le jour en septembre 66.
Elle apprit quelque temps plus tard que mon benjamin était décédé d’une pneumonie.
Après les funérailles, ils décidèrent de descendre sur Paris car nous vivions dans une caravane et le travail était plus abondant.
Nous Arrivâmes au 109 rue Lamarck 75018 Paris, étant fils d'immigrés Portugais, il était difficile, quasiment impossible de se faire une place parmi la communauté Française. Deux sus croient quand vous êtes gardiens d'immeuble. Je me souviens que ma mère faisait les escaliers jusqu'au 6éme étage, le samedi. Dépoussiérage, ballais, brosse métallique et pour finir elle passait la cire. Cela prenait la matinée pour tout faire, et comme j'étais un gentil garçon, je l'aidais pour le nettoyage.
Durant la semaine, nous nous levions vers 6h00 du matin, ma mère nous faisait vite fait le petit déjeuner avant d’aller sortir les poubelles et nettoyer l’entrée de l’immeuble, mon frère avait la charge de m’emmener à l’école pour l’ouverture des classe à 8h20, pendant que ma maman s’activait a distribué le courrier. Mon père quant à lui était peintre en bâtiments, il ne pouvait aider son épouse car il commençait vers 8h30 et il n’avait pas de voiture à l’époque. Une fois le marathon de ma créatrice fini vers 9h30, elle commençait ses heures de ménages chez des particuliers.
Comme toutes les autres bonnes épouses Latines, je pense. Mon frère et moi allions à l'école, moi à la maternelle rue Lamarck à côté du métro Lamarck Caulaincourt et lui à la primaire Damrémont. Quelques années après, je me suis retrouvé à l'école primaire Joseph De Maistre et lui dans une école spécialisée à son handicap. En sortant de l'école, nous aidions nos parents comme nous le pouvions malgré nos jeunes âges. Vers 20h30, mes parents devaient faire le ménage dans un bureau, rue Duhesme, j'y allais volontiers vider les corbeilles et nettoyer les cendriers, car c’était un bureau publicitaire et il y avait pleins de jouets. Quelques-uns venaient dans mes poches en guise de récompense (mais ça, c’est une autre histoire) !! J
Ma maman faisait aussi de la couture, ourlets, reprises etc…
C’est ainsi qu’elle m’a appris à coudre à la machine. Du haut de mes 8 ans, je m’activais sur cette fameuse machine mécanique de marque Singer (Sans faire de publicité). Parfois, quand elle n’avait pas le temps de faire ses retouches, c’était moi qui les faisais, je jubilais de voir les gens ébaillis quand ils savaient que c’était moi qui l’avais fait et me donnais une petite pièce.
Les journées et les années passant, nous nous sommes retrouvés gardiens d’immeuble au 23 rue Ganneron 75018 à Paris. Toujours avec le même train-train quotidien, mais cette fois-ci la bonne odeur du bois ciré et la convivialité des locataires avait laissé la place au marbre et à des bureaux.
Dans le va et viens des gens du tertiaire qui ne faisait que rentrer et sortir sous la pluie, salissant ainsi le hall d’entrée, les serpillères et le savon liquide avait remplacé le ballait et la bonne cire d’abeille, laissant ainsi un gout amère et sans odeur.
Arthur C. Martins
Rédigé à 21:39 dans LES ENFANTS DE LA CONCIERGE, témoignage | Lien permanent | Commentaires (0)
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Portugal, setembro de 1974.
A decorrerem ainda os tempos conturbados do Processo Revolucionário em Curso (PREC).
Em Gralhas - Montalegre sobrevivia-se; como até ali. A lavoura era a única forma de manter famílias mais ou menos numerosas. Procurava-se trabalho e encontrava-se, para poucos, emprego mal remunerado. Apenas com a instrução primária, o desejo era mesmo trabalho, muito, para construir a casa com o conforto desconhecido.
A solução era a França.
Tomada a decisão pede-se ajuda. Encontrada a ajuda, pede-se trabalho. Havendo trabalho quere-se a “casinha”, pequena para dormir, suficiente para se ir andando. Não esqueçamos que os objetivos pautavam-se por um dia voltar com um pequeno “pé de meia” para a tal casa de pedra com que se sonhava.
Eis que surge o paraíso: uma “loja de concierge”… Tem tudo: dá para comer, dormir e ainda dá para ganhar dinheiro. Pagava-se para ter uma loja de “concierge”…
Em 1976 os meus pais vão morar para o 28 Rue Eugène Carrière em Paris 18. Mas para ser pequena esta era mínima. Impensável para os padrões de conforto do filho dos meus pais, que eles ajudaram a definir… ou definiram mesmo.
Anos mais tarde, na mesma rua mas no número 28, têm a sorte irem morar para uma “lojinha” maior. Se a anterior tinha 15 metros quadrados, esta teria 16. Não devo estar muito longe da realidade.
Mais tarde ainda surge a oportunidade – paga – de irem morar para Paris 4, Saint Michel, Ile de la Cité. Uma loja bastante maior mas ainda sem casa de banho. WC na “cour”. Espetáculo: esta tinha quase o dobro do tamanho das anteriores. Habilidoso que é, o meu pai construiu uma Mezzanine que passou a ser o quarto deles. Construiu também uma casa de banho e, pela primeira vez em quase uma dúzia de anos, têm um duche para tomarem banho.
A partir daqui tudo mudou. Viveram-se momentos fantásticos; outros nem tanto. Mas viveu-se. Tinha-se ultrapassado o patamar da sobrevivência e isso era bom. Construíram-se grandes e improváveis relações de amizade, trabalhou-se, ganhou-se algum conforto “na terrinha”, grande objetivo e, a única coisa, até se conseguiu que o filho – quem vos está a escrever estas letras – conseguisse aprender a escrever estas mesmas letras; e isso era a única coisa.
História igual à de milhares de Portuguese que emigraram para França para conseguirem uma melhor vida. É a história também dos meus pais da qual, mais ou menos presente, faço parte. Só que esta história acabou dia 31 de Março 2017. Ao fim de 41 anos a minha mãe deixa de ser “concierge”.
Reformada, volta definitivamente para Portugal. Vem carregada. Carregada de agradecimentos, de carinho, de beijos, de histórias, de “souvenirs”,… cheia. Sempre pela sua maneira de ser e de trabalhar.
Dou comigo, em introspeção, a analisar a minha forma de viver com o facto de os maus pais terem vivido numa “praça de concierge”: se numa primeira fase, até aos 12 - 13 anos, não tinha qualquer ideia acerca disso, a partir dos 14 ou 15 sentia como que alguma vergonha estúpida por não viverem num apartamento nos arredores. Evitava dizer às amigas onde morava nas férias. Teria preferido mentir até.
Hoje nutro uma profunda admiração e respeito, pelo espírito de sacrifício também mas, acima de tudo, pela decência e elevação com que desempenharam uma função muitas vezes subvalorizada.
Obrigado.
José Fernando Moura
«Aux premières loges» Photos de Arnaud Lauqué, journaliste et photographe
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Loge de concierge à Paris - Photo Brassaï
Uma prima afastada da minha mãe pediu-lhe o valor de um ano de trabalho pela loja de "concierge" e em troca apresentou a minha mãe ao" syndic". Quando chegou o momento de assinar o contrato de trabalho, a minha mãe estava toda atrapalhada à procura dos óculos para assinar, até me fez procurar no meu saco, porque sem os óculos ela não via nada. O gerente acabou por me pedir que eu assinasse. E assim fomos morar para o 52 rue de Paradis Paris 10, a rua do cristal e da porcelana, de algumas lojas de casacos de pele e muitos "ateliers de fourrures".
Coisa estranha dos nossos dias, em muitos prédios era a "concierge" que recebia os alugueres para depois levar ao gerente, aquilo foi um orgulho para nós os estrangeiros pela confiança que nos depositaram. Foi assim que no final do primeiro trimestre fomos nós orgulhosas dar contas à contabilista. Orgulho sim, mas com uma grande responsabilidade, porque nem um cofre tínhamos em casa para guardar esse dinheiro e nenhuma segurança para o transporte. Então metíamos tudo dentro de uma mala à tiracolo e vestíamos o casaco por cima para o esconder e de braços dados lá íamos nós. O primeiro contacto com a contabilista foi simples, ela verificou tudo e disse « há um erro falta dinheiro », uma vez mais a minha mãe esqueceu-se dos óculos e não podia verificar esse erro. As emoções eram muito fortes , ela olhava para mim aflita e jurava que todo o dinheiro estava ali. Acalmei a minha mãe, olhei para a contabilista e disse-lhe « conte novamente por favor porque a Senhora enganou-se no cálculo », ela olhou para mim dizendo que eu não era para estar ali e olhando para a minha mãe disse « para a próxima vez, não se esqueça dos óculos » e começou a verificar as contas acabando por encontrar o seu erro.
No trimestre seguinte, fui eu sozinha dizendo que a minha mãe estava doente, sorriu para mim e disse « tenho a certeza que não falta nada» , e quatro vezes por ano tínhamos o nosso ritual encontro que durou uns dez anos de 1974 a 1984 até ela abalar para a reforma e obrigarem os locatários a pagar por cheque. Durante todos esses anos, nunca houve engano meu porque verificava 20 vezes. Era o meu ritual. Na ultima vez que nos vimos ela sorrio para mim e disse « a sua mãe não sabe ler pois não », chorei e ela beijou-me. A minha mãe foi concierge até 1987 ano em que os médicos a meteram na invalidez por asma crónica, chama - se Catarina Justo tem 81 ano e vive em Portugal e continua a esquecer-se dos óculos.
Conceição, 58 anos
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