A Igreja dos Lóios, ou Igreja de São João Evangelista, é monumento nacional desde 1910. Pertenceu ao Convento dos Lóios ou Convento de São João Evangelista, construído no século XV sobre o que restava de um castelo medieval.
A Igreja dos Lóios foi erguida a mando do primeiro Conde de Olivença, D. Rodrigo Afonso de Melo, no ano de 1485. Estava destinada a ser o panteão da família Melo e de facto a sua intenção confirma-se através dos vários sepulcros que aí se encontram. Entre eles, na Capela do Santíssimo, o esplendoroso túmulo de Francisco de Melo, obra renascentista de Nicolau de Chanterene.
As lajes, em mármore branco, são de uma beleza extraordinária. Nelas se podem ver as figuras dos seus fundadores representadas em baixo relevo.
O Convento dos Lóios tem uma planta retangular e desenvolve-se em volta de um belo claustro de dois pisos. O inferior é de estilo gótico-manuelino, de influência árabe; o piso superior já evidencia características do período renascentista. Na sua fachada encontram-se elementos góticos e neoclássicos.
A igreja do convento, a Igreja dos Lóios, é toda ela em estilo manuelino e encontra-se um pouco recuada em relação ao convento. Observe-a bem. Tem uma nave de cinco tramos retangulares e está coberta por uma abóbada nervurada. No seu interior, as paredes encontram-se revestidas por magníficos painéis azulejares, datados do século XVIII. Na fachada da igreja, em ângulo com a do Convento dos Lóios, um alpendre aberto por arco abatido e coberto por uma abóbada polinervada estrelada antecede a entrada.
O portal ogival, de inspiração gótica, é formado por cinco arquivoltas suportadas por colunas de mármore branco com capitéis graníticos, decorados com flores-de-lis. Em seu redor, um magnífico baldaquino gótico, aberto em sanefas e sustentado por dois anjos, em calcário.
Junto do portal, um brasão onde podem ver-se representadas as armas da família Melo. Por aqui é feito o acesso à igreja, através de uma porta do século XVII, em madeira entalhada e pregueada de bronzes.
A Igreja dos Lóios tem uma planta longitudinal. A capela-mor, poligonal, está coberta por uma abóbada de complicado desenho, com ogivas entrecruzadas. Nela se integra um magnífico retábulo de talha seiscentista, mostrando trono rocaille em talha dourada e policromo.
A decoração do interior impressiona pelo espetacular revestimento azulejado historiado. Este revestimento contrasta com o branco das abóbadas e destaca-se de forma extraordinária devido à incidência da luz natural que vem das janelas laterais.
Os panos laterais da nave encontram-se decorados com sete episódios da vida de S. Lourenço, um santo muito importante para a Congregação dos Lóios. Estes painéis de azulejos, assinados e datados de 1711, compõem uma das maiores obras do seu autor, o mestre António de Oliveira Bernardes.
Do lado esquerdo da nave, destaca-se a tribuna dos padroeiros com um balcão em balaustrada de mármore branco. Este balcão é suportado por três firmes mísulas e com dossel em talha polícroma. No frontão, as armas da Casa do Cadaval.
Neste templo, para além de D. Rodrigo de Sousa e sua esposa, no presbitério, estão também sepultados o seu cunhado, D. Rui de Sousa, e D.ª Branca de Vilhena. As suas distintas capas flamengas, em bronze, encontram-se hoje guardadas no Museu da Casa Cadaval.
Na sacristia, coberta por uma abóbada nervada, podemos encontrar algumas peças de grande interesse. Como por exemplo, móveis de boa qualidade, um lavabo em mármore, e o que resta de um fresco do princípio do século XVII, que inclui um Calvário rodeado de anjos. Esta obra, atribuída a José de Escobar, foi descoberta numa das recentes obras de restauro.
A Sala do Capítulo, obra de Diogo Arruda, é precedida por um impressionante portal mudéjar do início do século XVI. É formado por duplo vão de arcos ultrapassados, suportados por pilares torcidos e encaixilhados por um arco de carena.
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