O pintor português Rolando Augusto Bebiano Vitorino Dantas Pereira de Sá Nogueira, mais conhecido por Rolando Sá Nogueira, nasceu em Lisboa, a 19 de Maio de 1921. Pertenceu à terceira geração de artistas do modernismo português, tendo emergido no período de afirmação do neorrealismo e surrealismo. Na década de sessenta tem aproximação à corrente da pop arte internacional, e nas décadas seguintes segue-se o expressionismo onde faz uma síntese dos trabalhos iniciais, descobrindo então outros caminhos narrativos. Rolando Sá Nogueira faleceu em Lisboa, a 18 de Novembro de 2002. poetanarquista.blogspot
Em 1974 integrou o Movimento Democrático dos Artistas Plásticos fundado após o 25 de Abril, tendo sido um dos 48 artistas (tantos quantos os anos de ditadura em Portugal), no gigantesco painel de 24 x 4,5 m. de Homenagem à Revolução do 25 de Abril, realizado no dia 10 de Junho, em Belém, por iniciativa do MDAP. Este painel viria a ser destruído por um incêndio em 1981.
Sá Nogueira, desde as suas primeiras pinturas no final dos anos 40 até às últimas que produziu, foi incessantemente um pintor moderno em diálogo com o passado e o presente, afastando-se das polémicas entre as diversas correntes artísticas. Isto permitiu-lhe a imensa liberdade de ir descobrindo a pintura dos outros, incorporando os seus elementos essenciais no seu próprio universo. Inicialmente Bonnard , Modigliani, um Bernardo Marques ainda próximo e um ainda mais próximo Hogan, transparecem nos interiores dos cafés, nos retratos e pseudo-retratos, nos jardins e nas pequenas praças, numa Lisboa que o artista foi transpondo para a tela com uma grande riqueza cromática e um extremo rigor, só possível em quem dominava o desenho como muito poucos e raros o conseguem.
Este extraordinário mestre explicou que só um imenso e continuado trabalho com os lápis ou os pincéis podia reproduzir o que com a cabeça (na mesa da anatomia da vida em toda a sua dimensão histórica e social) se construía, porque só esse trabalho quase operário dava à mão a capacidade de ser fiel ao pensamento.
Como esclareceu em entrevista a um jornal: "Não tenho outra atitude que não seja afirmar aquilo que faço como modo de estar, revelando assim a minha capacidade de resolução, e ela passa pelo mistério da minha própria existência, por aquilo que me acompanha no dia-a-dia, o que tem ainda a ver com a minha profissão de professor." E esta actividade de professor ,justamente lembrada por todos os que ensinou, primeiro na SNBA - Sociedade Nacional de Belas Artes - e depois na Escola Superior de Belas Artes do Porto, era assumida como fazendo parte integrante da sua prática de pintor: "Tenho de me dividir pelas duas actividades: pintura e ensino. Esforço-me para que elas não sejam antagónicas. Quer dizer que as minhas preocupações na pintura fazem parte daquilo que quero transmitir aos alunos, tanto quanto possível."
A pintura de Sá Nogueira é a pintura do nosso século XX, que nos é familiar porque é feita do material da própria vida - pessoas e objectos, receios, esperanças e gestos do dia-a-dia.
Rolando Sá Nogueira Manteve intensa actividade artística até morrer. portaldasnacoes
photos extraites du site gulbenkian.pt/
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