Nasci no subúrbio do Rio de Janeiro em 1968, sou carioca da gema e vivo há mais de 20 anos em Curitiba, que me seduziu numlindo dia de inverno com céu azul cerúleo. Desenhei desde sempre, quando criança fazia gibis para vender para os meus primos. No escola fazia ilustrações dos jornaizinhos e isso acabou por se consolidar como ideia de profissão. Estudei Comunicação Visual na Escola de Belas Artes da UFRJ, bem numa época de transição, entre o mundo das tintas e pincéis para o advento da computação gráfica. Hans Donner, recém chegado ao Brasil, estava dando as cartas e a universidade ainda não sabia como se virar com essas novidades. Então tive uma formação mais ligada aos métodos acadêmicos, desenho anatômico, modelo vivo, coisas que hoje estão finalmente voltando a ter sentido no meu cotidiano de sketcher.
Entrei nesse movimento de desenho de rua através do convite do Simon Taylor em 2013, e fui destravando aos poucos. Havia muita coisa que não praticava a anos e outras que não havia feito nunca. Profissionalmente minha atuação tinha se concentrado no marketing e no design, a ilustração havia ficado de lado. Por hobby pintava, mas sempre de imaginação, figuras humanas, cenas inventadas, o desenho de observação que estava na alma do desenho do Urban Sketcher não era minha praia.
Lentamente fui redescobrindo esse olhar, esse jeito de desenhar o que está ao seu redor, de produzir em curto espaço de tempo. Sempre gostei de escrever pequenas crônicas, e do mesmo modo meu traço também se orientou para esse aspecto. A paisagem e seu contexto, os sentimentos e pensamentos que tive naquele encontro, naquele lugar, com aquelas pessoas. Como não tive uma formação acadêmica de arquitetura não me prendia a representação mais naturalista das construções, e isso aos poucos tem se tornado um caráter do meu desenho e do meu diálogo com as imagens que encontro no cotidiano.
No começo da minha caminhada com os desenhos de rua recolhia as imagens em folhas soltas, observava que aqui em Curitiba essa era a tendência predominantes do grupo. Mas em 2015 estive no encontro de Torres Vedras, em Portugal, e percebi com os europeus são fascinados pelos seus cadernos de desenho. A partir desse momento também optei por desenhar quase sempre em cadernos, eles me dão o sentido de continuidade e aprendizado. O espaço do caderno tem sua lógica particular, relacionando o antes e o depois, a gestualidade de virar as páginas, o ato de “se abrir” para o outro ver e assim vamos construindo uma trajetória estética http://brasil.urbansketchers.org/
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