"Levantamos cedo, pelas 06H30, tomamos o café da manhã e seguimos, os três amigos, Francisco, José e Lourenço, para a apanha das castanhas, apetrechados com baldes e sacos e montados em cima de um trator. Na volta para casa, o trator carregava ainda toda a castanha apanhada.
Começa um dia duro de trabalho com os constantes levanta e abaixa até conseguir que todas as castanhas se encontrem ensacadas.
Mas, a verdade é que um de nós teria que preparar as refeições sem prejuízo da apanha, mas não foi preciso nenhum sorteio, pois apareceu um voluntário para desempenhar essa árdua tarefa. Os alimentos eram preparados à noite para ao outro dia não perder muito tempo pois os dias são pequenos.
Mas o importante era percorrer os soutos de castanheiros, apanhar as castanhas que caíram no chão e assegurar-se que nenhuma árvore do Francisco, ficava esquecida.
Em Espinhoso vivia-se e “respirava-se” a apanha da castanha, todas as conversas andavam à volta do mesmo: é muita, é pouca, está bem ou mal paga, qual o comerciante que paga mais!!!
Só na primeira ronda pelos castanheiros, já com cerca de metade das castanhas caídas no chão, apanhamos mais ou menos 1200 KG, dos quais, 180 KG foram, de imediato, enviados para Clamart – França, para o tradicional magusto da comunidade portuguesa e o restante vendido a um comerciante da aldeia que as vende para Itália.
Os dias foram bem passados, aproveitou-se para pôr as conversas em dia, mas sente-se alguma tristeza naquelas gentes, é que os castanheiros estão a secar com doenças para os quais ainda não existe cura: a tinta e o cancro.
Será que Trás-os-Montes irá continuar a ser a terra da castanha ou as receitas deste fruto tem os dias contados ?!?! Esperamos que as autoridades sanitárias descubram brevemente a cura destas doenças para que esta região não perca uma produção que faz parte da sua identidade".
José da Silva Rey - Crasto de Campia - 18 novembro 2016
Foi para mim uma bela experiencia que espéro renovar para o ano que vem.
Nada de melhor que juntar o útil ao agradável.
Rédigé par : José da Silva Rey | 19/11/2016 à 22:41