Numa das muitas vezes em que passeava a pé pelo Porto, Joana Abreu encontrou a ideia de que precisava para a tese de mestrado que está prestes a concluir. De tanto observar as fachadas dos edifícios, conta a jovem de 23 anos ao P3, apercebeu-se das inúmeras falhas no revestimento de azulejos. Começou a registar e a fotografar os vazios nas paredes, até que se decidiu a preenchê-los, em Maio último. Improvisou azulejos — feitos de madeira, a partir de colagem — e preencheu 14 falhas em prédios da Baixa do Porto. Joana explica o processo: “Tiro uma fotografia ao padrão, trato-o em Photoshop, imprimo em papel e colo por cima da madeira com acabamento”. Ao padrão alterado acrescenta ainda versos de autores portugueses conhecidos e outras mensagens. “Preencher Vazios” — que já tem perfil no Facebook e no Instagram — integrou a tese de mestrado de Joana em arte e design para o espaço público pela Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto. Até agora, a estudante já colocou 14 azulejos de madeira pela cidade — alguns já se perderam e tiveram de ser substituídos — e pretende continuar a fazê-lo nos próximos meses.
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