Na vida de Graça Bordalo Pinheiro, sempre houve um enorme prazer e uma profunda preocupação. O prazer é a arte, que descobriu na tradição familiar e aprofundou na licenciatura da Escola Superior de Belas Artes de Lisboa. A preocupação são as crianças deficientes e a forma como podem, através da arte, integrar-se melhor no mundo que as rodeia.
Ao longo de toda a sua carreira, Graça Bordalo Pinheiro investigou os melhores métodos para despertar os sentidos em crianças com deficiência visual, paralisia cerebral ou trissomia 21. Tirou o curso do Instituto Aurélio C. Ferreira para trabalhar com alunos deficientes visuais; foi bolseira da Fundação Calouste Gulbenkian e do Swedish Institute; especializou-se em Técnicas de Ensino para Invisuais na Tomtebodaskolan, em Estocolmo e Uppsala; e trabalhou no Ensino Integrado (Divisão do Ensino Especial) do Ministério da Educação. No início dos anos 80, foi responsável pela Oficina de Apoio Didáctico, da direcção dos serviços de Educação de Macau, e fez a adaptação dos programas de Educação Visual para alunos cegos e amblíopes. Organizou vários workshops sobre artes plásticas e crianças deficientes, e deu inúmeras acções de formação para professores e alunos. Trabalhou com o conceituado pedagogo Calvet de Magalhães nas salas de apoio do ensino integrado (pioneiras de um projecto modelo) e como professora de Desenho e Educação Visual. Foi bolseira da secretaria de Estado da Cultura e fez um estágio no Atelier de Arte du Verre e na Soluver S.A., em Leudelange, Luxemburgo. Entre tudo isto, trabalhou no seu atelier, que é, a par das crianças, aquilo que lhe dá verdadeiro prazer. Agora decidiu começar a expor o seu trabalho.
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