Com base nos percursos migratórios do final do século XIX e do século XX para o Brasil e Europa, o Museu das Migrações e Comunidades ajuda a compreender a identidade de uma região (o Vale do Ave), historicamente marcada pelo fenómeno. Um museu aberto às comunidades. Do Brasil, por exemplo, chegam diariamente pedidos de procura de familiares.
Isabel Alves, técnica do Museu das Migrações e Comunidades, explica que o espaço, fundado a 12 de Julho de 2001, configura uma montra de histórias de gerações que se cruzam, exprimindo ao mesmo tempo, a «preservação e comunicação das expressões materiais e simbólicas do ciclo do retorno dos emigrantes».
Situado na Casa Municipal da Cultura de Fafe desde 2009 (até esta data tratava-se de um «web museu») o espaço faz mostra do fenómeno da emigração portuguesa, em particular, aquela que teve como destino o Brasil no final do século XIX e primeiras décadas do XX, assim como a emigração registada para os países europeus na segunda metade do século XX.
Isabel Alves salienta que o museu «ajuda a compreender a identidade da região», com base nos percursos migratórios conhecidos ao longo dos séculos. E realça que «Fafe tem ainda hoje bem visíveis as marcas do retorno da emigração dos "brasileiros de torna-viagem"», emigrantes que partiram para o Brasil (entre 1836 e 1930 terão sido perto de oito mil) e que, no regresso a Portugal, edificaram casas, jardins, hospitais, asilos, escolas, teatros e indústrias.
Ao musealizar estas «marcas», sublinha, «chamamos à região investigadores, turistas e apaixonados da história, em particular da emigração» por forma a configurar o museu como «uma pedra basilar na divulgação e no desenvolvimento da região».
Ler o artigo completo de Ana Clara Café portugal no site de Observatorio da emigração
Fotos: Museu das Migrações e Comunidades
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