"Eduardo Afonso Viana cursou a Academia de Belas-Artes de Lisboa de 1896 a 1905, partindo nesse ano para Paris. Já em Portugal, em 1915-1916, conviveu, em Vila do Conde, com Sonia e Robert Delaunay e as suas experiências simultaneístas, que foi interpretar decorativamente (O Homem das Louças, 1919, e As Três Abóboras).
Entre Cézanne, os cubistas propriamente ditos e a heterodoxia dos De...launays se viria a definir, ainda nos finais dos anos 10, com exigências de cor e construção formal. Emancipando a cor da sujeição naturalista, prosseguiu um itinerário pessoal de isolamento e resistência, que vai da paisagem à natureza-morta, e desta ao nu, para de novo regressar à natureza-morta, «possibilidade ideal de eternização dos objectos».
Em 1925 atinge, talvez o ponto mais alto da sua evolução, com os nus pintados para o Brístol Clube, com «sabor de carne tactilmente sentido», e as paisagens para A Brasileira do Chiado.
No panorama português definiu, com Amadeo, Santa-Rita e Almada, «as possibilidades de entendimento português de um tempo universal». Com o seu naturalismo modernizado, foi entre os quatro maiores da primeira geração da arte moderna nacional o único que pode ser entendido pela geração seguinte.
Recebeu o prémio Columbano (1941 e 1947), o Grande Prémio da Pintura da Fundação Gulbenkian (1957) e o Prémio Nacional de Pintura (1965).
Encontra-se representado no Museu Nacional de Arte Contemporânea."
Fonte: O Grande Livro dos Portugueses, Circulo de Leitores, 1990
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