Foto de José Ð Almeida
Com o vulto da ausência tua,
Sou apenas pensamento
Sou como pedra fria e crua
Não vejo, não ouço, não sinto, só penso.
E, só de pensar, vejo os teus olhos,
Neles me perco em busca de ti;
Neles bebo sofregamente o azul,
Que só, inventei depois que te vi.
E, só de pensar, ouço da tua voz a ternura,
Que me acolhe, tímida e melancólicamente,
E se dilui como pó, no teu mar de doçura,
Até ao instante em que a ouço novamente.
E, só de pensar, sinto meu corpo no teu,
Como se os dois formassem um nó,
Como se não tivesse medo do breu,
Mas, logo que vejo, ouço e sinto, encontro-me SÓ.
Horácio Ernesto André. 1994
Il ya des textes dont les mots s'accrochent à notre mémoire. Des mots qui restent à fleur de peau. Votre texte, Horacio, est de ceux là... D'une sensible beauté qu'on garde en soi.
Daniela Sofia Fernandes
Rédigé par : Daniela | 13/11/2011 à 15:54
...il y a des commentaires qui touchent autant, que les textes aux quels ils se refèrent, tant par leur simplicité que par leur élévation, en tant que critiques. Le votre, Daniela, est de ceux-là. Il est très gratifiant! Merci.
H.
Rédigé par : Horacio Ernesto André | 28/11/2011 à 11:58