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28/11/2011

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Horácio Ernesto André

Não posso deixar de observar e comentar esta vaga de informação, acerca da recente elevação do Fado a Património Mundial, acrescentando estas considerações pessoais, enquanto amante que sou, desta forma de arte. Muita tinta terá corrido, e muito discurso terá sido pronunciado, que bastariam para converter todos os indiferentes e mais metade dos profanos, a esta forma de estar na vida, que é, “GOSTAR DE FADO”.
O reconhecimento que acabamos de ver pronunciado, não é restritivo ao género de arte que é o Fado. Nem tão-somente irá contribuir para o aumento de fluxos de espectadores, ou de vendas de trabalhos do género. Esse reconhecimento assenta, é certo, nos valores do Fado e por isso enaltece-o. Mas torna-o sim, num veículo e num passaporte de promoção, da Nação Portugal, e de todos aqueles que com ela se identifiquem, por laços de sangue, linguística, ou afectuosamente. No fundo o Fado não vai aumentar o talento daqueles que o tem, nem dá-lo a quem porventura o não tenha. Tão pouco irá transformar as emoções de quem o ouve ou de quem o canta, quer por carolice, quer por paixão. Essas, para quem as sente, são o que são, quer as saibamos exprimir, ou não. Quando muito, poderá suscitar nos profanos, a sua descoberta. Poderá também despertar neles alguma sensibilidade, à indescritível comoção interior sentida por quem ouve Fado, tenha talento ou não para o cantar. É essa “convulsão” interior dos sentidos, que leva quem gosta de Fado, a dizer que gosta, e a distinguir estes dos que ficam indiferentes.
A distinção que acabamos de ver atribuída ao FADO como “Património Cultural Imaterial da Humanidade”, é de facto o lustro que faltava a esta nobre vertente da cultura Portuguesa. Todos quantos que se orgulham de ser Portugueses, de ter raízes nas nossas terras ou de ter laços com as nossas gentes, têm agora mais uma razão de se sentir orgulhosos dessa pertença. Permanece no entanto que, “Não é fadista quem quer, só é Fadista quem calha”.

Horácio Ernesto André – Novembro 2011

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