Lançamento da Obra de Flavio Monte "Flor de Burel", "é um hino narrativo de amor aos pais, à família, às raízes, à paisagem, ao povo barrosão, corporizado pela personagem David, numa viagem física, que é também um percurso psicológico em busca do seu passado, uma revisitação de si próprio, e uma tentativa de reencontro com o pai, que descobre e recria, através da imaginação e da saudade, sabendo que só aí o poderá agasalhar." extracto do site PROFAVALIACAO
Merci à Flavio, fidèle lecteur de ce blog, pour son invitation et espère très prochainement découvrir son roman..
Lançamento :
28 março 2009 -17h00 na Biblioteca Municipal de Montalegre
e 4 abril 2009 - 17h00 FNAC BRAGA
Yvonne,
Merci, du fond de mon cœur ! À bientôt !
Flávio Monte
Rédigé par : Flávio Monte | 21/03/2009 à 16:10
Yvonne,
Je suis sûr que ce livre va vous enchanter!
Clair de Lune
Rédigé par : Clair de Lune | 22/03/2009 à 00:52
(...)
Como tinha lido alguns dos poemas do autor, e que gostei deles a ponto de lhe escrever o apontamento acima, claro que não hesitei um só instante, em adquirir « Flor de Burel ». Mais ainda, a minha curiosidade foi aliciada pelas breves notas de leitura de Isabel FIDALGO e de Clara AMORIM. Nelas são realçados alguns assuntos, à volta dos quais se desenvolve o enredo e aos quais sou sensívél. As nossas raízes e a família de maneira geral, e a relação com os pais, em particular.
Tendo descoberto o autor através da sua poesia, não podia tardar a mergulhar na leitura da sua primeira obra de prosa romancista. Assim foi.
A Obra é digna de outros jà patenteados, entre os quais me ocorre, TORGA e SOUSA TAVARES, sendo que, «Miguel», também é comum aos dois.
Se o seu objectivo fora o de radiografar os Concelhos de Montalegre e de Chaves ou de Terras de Barroso de maneira geral, o resultado parece-me estar à altura. Isto pelo menos no que respeita ao enredo desenvolvido, e em relação à época em que se situa. O autor vive as suas terras e fala delas como só os mestres raramente se dedicam a fazer.
Apreciei o desenvolvimento do enredo, entre as paralelas, «Passado–Presente» «Sonho–Realidade».
Gostei da caracterização das personagens no âmbito das suas virtudes, traços de carácter, e até dos seus comportamentos. Alguns deles característicos da região, e das épocas retraçadas. Também não me escapa a descrição de hábitos e costumes e mesmo do clima e do relevo próprios daquelas terras. Sempre com um rigor de pormenor, que impressiona. E confesso. Isto bastaria para que o autor se sentisse enaltecido.
Naturalmente, abona ainda em seu favor, o facto da sua obra realçar, não só o seu apego às suas Terras. Demonstra também a importância que reconhece, à dedicação à família, em particular aos pais. E com isto coloca de forma subtil e pertinente as interrogações, às quais nos confrontamos no âmbito da nossa relação com os nossos progenitores. Mais ainda coloca a questão do fim de vida deles e que, mais tarde ou mais cedo, nos interpela da forma mais íntima a nossa consciência.
O que fazer. Como acompanhà-los. Assisti-los, ou deixá-los autónomos apesar de algumas dificuldades !? Recolhê-los em nossas casas, (por questões óbvias de comodidade – deles ou nossa), ou optar pela doce crueldade de os acomodar nessas estruturas de conforto relativo, às quais chamamos "Lares da terceira idade"(!?) Enfim, para qualquer de nós que não se tenha ainda confrontado com estes dilemas, este livro serve de um bom despertador, senão de sinal de alerta.
Aquele desfecho chave e elucidativo do título, é realmente o golpe de mestre. A singeleza da cena evocada, de com um nada fazer um símbolo de generosidade e de amor, merece realmente ser realçado.
Há todavia neste livro qualquer outra coisa que desde o início me saltou aos olhos e que, perdurou durante a leitura, salvo quando o autor utiliza um estilo de expressão, característico da região.
Sendo o autor um nativo daquelas terras de que tão bem fala. Sendo o enredo do romance, baseado em sentimentos e relações familiares, cujo envelope geogràfico pouco vai para além das Terras de Barroso.
Sendo que a obra não se pretende um estudo etnográfico ou folclórico, nem sociológico da região, nem do concelhos em foco.
E, ainda que :
- O autor tenha adquirido um estatuto socialmente superior.
- Goze de um nivel de conhecimentos e de expressão mais elevados que o das personagens, que envolve no seu romance.
- Tenha um vocabulário mais rico que o utilizado na época a que se refere. O simples facto de se referir – ou de se dirigir – às suas terras e suas gentes, poderia tê-lo inibado de sofisticação.
Mais ainda, face à modéstia característica das tranchas de vida que recria ou transcreve, essa sofisticação, releva da sofisma e por isso parece-me em oposição, e por conseguinte inadequada.
Todavia o exagero de estilo não altera no fundo a essência do romance.
Horácio ERNESTO ANDRÉ-23/06/2009
Rédigé par : Horacio Ernesto André | 28/03/2010 à 11:36