Un jour, quelqu'un m'a offert ce poeme, et c'est ainsi que je découvris Camoes...
Amor é fogo que arde sem se ver;
É ferida que dói e não se sente;
É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer.
É um não querer mais que bem querer;
É solitário andar por entre a gente;
É nunca contentar-se de contente;
É cuidar que se ganha em se perder;
É querer estar preso por vontade;
É servir a quem vence, o vencedor;
É ter com quem nos mata lealdade.
Mas como causar pode seu favor
Nos corações humanos amizade,
Se tão contrário a si é o mesmo Amor ?
Traduction en français sur http://fr.wikisource.org/wiki/Amor_%C3%A9_fogo_que_arde_sem_se_ver
Bonjour:)
"É solitário andar por entre a gente"...
É um verso que passa despercebido entre os outros, tal a beleza do poema em geral, mas é aquele que me desperta os sentimentos mais terríveis. Quando sentimos que estamos sós no meio de uma multidão, ou andamos na lua ou estamos a caminho do inferno.
Eu já senti isso e não andava na lua...
É sempre um prazer visitar este espaço e reler Camões.
Um abraço
Rédigé par : Boaventura | 04/04/2008 à 13:46