"Cipriano lava a louça. Sentada no banco em frente da lareira, a sua esposa, Josefina, espera pela ambulância que a irá levar ao hospital mais próximo, a cerca de 60 km de distância; ela teve há pouco tempo um acidente vascular cerebral que a deixou paralisada. A ambulância pode vir hoje, ou depois de amanhã ou só na próxima semana.
No interior norte de Portugal os serviços médicos são racionados: as pequenas urgências estão a ser encerradas, como os centros de saúde e as maternidades.
Cipriano também está doente: praticamente cego, sofre agora de dores nas pernas.
Acerca de um ano atrás, quando os visitei pela primeira vez, estavam saudáveis e mais bem dispostos."
ANTERO DE ALDA
Setembro de 2007
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