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Para Christian Georgescu, que viveu nas ruas do Porto, o livro As Vozes do Silêncio - um grupo de sem-abrigo à conquista de cidadania representa mais do que uma vitória — é o registo da saída de um mundo de exclusão e ao mesmo tempo uma mensagem para a sociedade: os sem-abrigos existem e são pessoas.
Ana Cristina Pereira, jornalista do PÚBLICO (onde foi apresentado o livro esta quinta-feira), foi uma das responsáveis pela construção da obra, uma iniciativa d' As Vozes do Silêncio, uma das quatro plataformas do Núcleo de Planeamento e Intervenção nos Sem Abrigo do Porto.
O livro contém uma vertente poética e outra documental. A documental acompanha o quotidiano de pessoas sem abrigo e a sua organização em associações (Uma vida como a arte e a Saber Compreender), com textos de Ana Cristina Pereira e imagens registadas pela lente dos fotojornalistas do PÚBLICO Adriano Miranda, Manuel Roberto, Nélson Garrido, Paulo Pimenta e Rui Gaudêncio.
Além de reportagens e crónicas, o livro reúne contos, poemas, textos dramáticos, fotografias e ilustrações, juntando cerca de 80 pessoas, umas com experiência de rua, outras reconhecidas pelo seu trabalho — como Julieta Monginho, Susana Moreira Marques e Tiago Gomes, que participaram na apresentação em Lisboa.
A obra foi editada pela APURO — Associação Filantrópica e Cultural com o apoio do PÚBLICO. As vendas revertem para um fundo destinado a custear despesas associadas às necessidades decorrentes do processo de reinserção como tratamentos dentários, óculos e equipamento doméstico.
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1984, Porto. Vive e trabalha no Porto.
Sua trajetória artística é ligada por traços e pontos; seus suportes, a Ilustração, a Fotografia e a Arquitetura. “Falar de mim é falar de traços e pontos – ilustração. – fotografia. – arquiteta.”, conta. Para além do código Morse, participou com desenhos, fotografias, projetos e palavras em várias revistas.
Realizou exposições coletivas e individuais nas vertentes de fotografia e ilustração. No que à Arquitetura diz respeito, participou no Projeto Arrebita, que decorreu no Porto. Assina e produz pela marca Ediota. No código e na obra que vai construindo é – luz – que se prende na inscrição do negativo – direção – que flui no suporte da prancha – movimento – que se adivinha nas (entre)linhas.
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«Há tanto tempo que não tinha mãezinha» Foi com esta frase que Alfredo, 10 anos, abraçou a mãe, Alice, saída de cinco anos de tortura e prisão em Caxias. Uma de entre as muitas mulheres comunistas que foram à luta, passaram à clandestinidade e por isso pagaram o preço mais alto que uma mulher, e mãe, pode pagar, a separação dos filhos. Uma separação forçada pela ditadura fascista que dominou Portugal durante 48 anos. Seguem as histórias de quatro delas: Alice Capela, Faustina Barradas, Maria Carvalho e Teodósia Gregório.
Nascida e criada na Póvoa de Santa Iria, começou cedo o contacto de Alice Capela, 75 anos, com a luta antifascista. O pai, operário, era militante do PCP, assim como a mãe, e a avó. Apesar de a vida não ser folgada, os abonos de família iam direitos para o partido e a casa era ponto de apoio [casas legais que serviam de abrigo quando algo corria mal] para quem estava na clandestinidade. Destino que também o pai de Alice abraçou tinha ela 10 anos. A mulher e a filha segui-lo-iam um ano depois.
«Éramos três filhos e não pudemos ir todos. Como eu era fraquita dos pulmões fui eu, com grande dor da minha mãe». A avó, também operária, ficou com os dois netos, de 13 e sete anos. «Foi um grande sofrimento para os meus irmãos, na cabeça deles a minha mãe escolheu-me a mim. Compreendo-os muito bem, os meus irmãos e todos os filhos de funcionários que tiveram de ser separados dos pais foram jovens que sofreram muito.»
De cada vez que se formava uma casa clandestina era preciso inventar uma história de vida, Alice, que diz que queria ter sido atriz, garante que tinha muito jeito «era uma miúda que fazia muito teatro.» E nas quase duas décadas que viveu na clandestinidade teve de interpretar muitas personagens.
Com 13 anos aconteceu o primeiro duro golpe, «o meu pai foi preso, e muito torturado, fizeram-lhe muito mal, ficou lá nove anos». Sozinha com a mãe, «saltaram» para um ponto de apoio e pouco depois teriam de se separar.
Aos 18 anos começou a escrever-se outro capítulo da vida de Alice. «Fui formar uma casa com o Adelino Pereira da Silva, que é até hoje o meu companheiro. O Dias Lourenço [dirigente histórico do PCP já desaparecido e campeão de fugas das prisões da ditadura] levou-me e disse que éramos casados só a fingir, mas eu quando o vi ao longe achei-lhe logo graça. Ao fim de três meses éramos companheiros.»
Seguiu-se o inevitável numa altura em que a pílula tinha acabado de ser inventada e a contraceção era bastante falível, engravidou. «E quis ter o filho, para o Adelino gostar mais de mim. Em 1960 nasceu o Alfredo, em casa, com grandes dificuldades».
A ditadura não reconhecia como legítimos filhos gerados fora do casamento. ou Alice e Adelino oficializavam a sua união ou não podiam ver o filho. «Tivemos que nos casar por procuração, ele na prisão de Peniche, eu na prisão de Caxias».
Entretanto, o companheiro foi para a URSS e quando voltou foi preso. De ponto de apoio em ponto de apoio, com o filho de dois anos, acabaria por voltar a juntar-se à mãe numa casa que funcionava como tipografia e onde se imprimia a propaganda e imprensa clandestina do PCP. «Em papel muito fininho, para se poder esconder facilmente.»
«Ali estivemos, a trabalhar intensamente. O Alfredo tinha quatro anos, estava muito bem instruído, muito cedo percebeu os cuidados que tinha de ter». Até que o pior aconteceu. Era a madrugada de 13 de dezembro de 1964. Batem à porta. À pergunta «quem é?» respondem que é o leiteiro. «Àquela hora não podia ser, percebemos logo do que se tratava, e começámos a queimar os papéis. Nisto nove homens arrombam a porta com um pé de cabra e apontam-me uma arma, “Mãos no ar, somos da PIDE”. Eu e a minha mãe começámos a gritar quem éramos e o que se estava a passar para os vizinhos ouvirem. Mas eu não queria fazer muito barulho para não assustar o meu pequenino, de olhos esbugalhados a olhar para aqueles homens armados. Eu não o largava, muito louro, muito bonito, e eles logo com a chantagem: “que criança tão linda”.»
Foram levados para Caxias. «Eu e a minha mãe fomos juntas para uma cela, com o Alfredo. Eu andava sempre com ele atrás e os pides diziam: “há-de servir-te de muito andares agarradinha a ele”, eu não respondia àqueles assassinos, até porque não queria assustar o meu menino. Disseram que, se não arranjasse ninguém para ficar com ele, o davam para um asilo. Não sabia a quem o entregar. Eu e a avó presas, o meu pai, o Adelino e os avós paternos presos também…»
Conseguiu através de uma visita contactar o irmão mais velho, já casado, e pedir-lhe que ficasse com o pequeno. Ele assentiu. O rosto de Alice ensombra-se. «Não gosto de me lembrar disto, são memórias muito duras. Eu preparei-o, fazia-lhe um grande teatro, dizia que nos íamos encontrar depressa.
No momento da separação, nas escadarias de Caxias, um pide perguntou “o que é que pensas que vais fazer?”, “vou entregar o meu filho”, “não vais não”, disse-lhe que tinha esse direito, que não podiam fazer isso, que ele não conhecia os tios, mas eles começaram a puxá-lo e eu tive de o largar. Ele gritava, os olhos cheios de lágrimas, deu um pontapé ao pide, que lhe respondeu com uma bofetada e eu gritei: “bata-me a mim, mas não bata ao meu filho” e desatei aos saltos, parecia um palhaço, dizia: “a mãezinha adora-te, depois quando sairmos daqui vamos fazer uma festa e a mãe vai contar-te muitas histórias”. Era pelo meu filho que fazia aquilo. Subia a escada e ouvia os gritos do Alfredo ao fundo».
Passados 15 dias o tio trouxe-o à visita, no parlatório, Alice não podia nem dar-lhe um beijo. «Disse-lhe que tinha muitas saudades e ele respondeu “Já conheço o paizinho. O paizinho é bonito”. O meu irmão tinha-o levado a Peniche para conhecer o pai.».
Mas a ditadura fascista não reconhecia como legítimos filhos gerados fora do casamento e ditou que ou Alice e Adelino oficializavam a sua união ou não podiam ver o filho. «Tivemos que nos casar por procuração, ele na prisão de Peniche, eu na prisão de Caxias».
«Diziam: “Ao teu filho vais vê-lo morto” e eu pensava nele e nos outros filhos todos do mundo, era por eles que lutava. Queria ficar louca para aquilo terminar.»
Esteve presa cinco anos. Queriam fazê-la falar. Torturam-na, mas esta mulher de aparência frágil à PIDE disse nada. «Estive cinco dias e cinco noites na tortura do sono. Não me podia sentar, nem deitar, tinha alucinações, via uma carantonha a sair da parede e depois via o meu bebé e estava a embalá-lo. Desatei aos gritos e eles enfiaram-me uma toalha molhada na cabeça. Eu gritava “assassinos, assassinos” e eles esbofeteavam-me, davam-me murros, atiravam-me contra a parede, insultavam-me, “puta, cabra”, diziam que eu estava amantizada com fulano de tal e que já tinham dito ao meu companheiro. Diziam: “Ao teu filho vais vê-lo morto” e eu pensava nele e nos outros filhos todos do mundo, era por eles que lutava. Queria ficar louca para aquilo terminar. Depois mudaram de tática, apareceu um tipo que era a cara do Adelino, eu sabia que era um pide, mas ele com muitas amabilidades, a ver se me fazia falar, com aquela delicadeza era perigoso, com outras podia resultar, mas eu desde pequenina que tinha sido avisada daquilo tudo. Sempre disse que tinha ideia de que se fosse presa não falaria, nunca que tinha a certeza que não ia falar. O que me dava força era ouvir aqueles gritos dos nossos camaradas presos em Caxias que viam que eu estava a sair e que não tinha falado».
Quando voltou à cela, a mãe não estava. «Veio passados quatro dias, eu estava com uma pneumonia dupla, e ela diz-me: “Ah, filhinha, tu não morreste!”. Também ela foi muito torturada e resistiu. Era uma grande comunista. Tenho muitas saudades dela. Tive que ter força para a tratar e foi isso que me salvou. Depois foi a vez de ela tratar de mim. Foram cinco anos de muita luta. Estavam lá muitas outras camaradas e tivemos de ter todas muita força.»
Quando saiu, o filho tinha quase 10 anos. «Foi muito estranho, não sabia o que fazer, apanhei um táxi para Entrecampos e de lá o comboio para a Póvoa de Santa Iria, e falava alto com as pessoas no comboio, era a hora a que regressavam do trabalho, dizia o que me tinha acontecido… Bati à porta, o Alfredo vem a correr e agarrámo-nos ao pescoço um do outro e rodámos, rodámos, rodámos, ele dizia: “mãezinha, mãezinha, há tanto tempo que eu não tinha mãezinha”. Uma semana depois fomos ver o Adelino, há sete anos que não o via. “Estás na mesma”, “Tu também”. Não estávamos nada, estávamos horríveis, muito magros.
Corriam os últimos meses de 1970 quando Alice, Adelino e o filho se juntaram novamente, agora na legalidade e deu-se o 25 de abril quando iam passar de novo à luta clandestina. Já não foi preciso.
Seguem as histórias de Faustina Barradas, Maria Carvalho e Teodósia Gregório, aqui https://www.noticiasmagazine.pt/2017/ate-amanha-mae/
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SOPA DE PEDRA é um grupo de 10 mulheres que criam e interpretam à capella arranjos orginiais da música popular portuguesa.
Na música tradicional atraiu-as o propósito intrínseco de juntar as gentes e falar sobre a vida de um povo e por meio de harmonizações e arranjos polifónicos exploram a sua riqueza remetendo-a para o contexto da música do mundo actual.
O reportório inclui sobretudo música de transmissão oral das várias regiões portuguesas, estendendo-se dos cânticos mirandeses de Trás-os-Montes às baladas açorianas, das cantigas de adufeiras da Beira Baixa ao Cante alentejano, passando também pelo reportório de cantautores como Zeca Afonso, Amélia Muge, João Lóio ou grupos como Almanaque e GAC. Há também nele lugar para músicas tradicionais de outros países ou temas originais.
Tal como no conto popular da Sopa de Pedra, a criação musical começa numa base simples - uma pedra, uma tradição, uma melodia, um cantar - à qual se misturam novas vozes, compondo uma harmonia viva que de cada vez que se canta, ou a ela alguém se junta, se reinventa.
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José Joaquim Rodrigues nasceu em Luanda a 21 de Outubro de 1936, filho de um casal transmontano, natural de Alfândega da Fé.
A vocação para as artes parece tê-lo sempre acompanhado. Ainda muito jovem, a sua mãe dizia que seria um barrista por tanto gostar de moldar barro.
Depois de persuadir o pai a deixá-lo estudar em Portugal, viveu, primeiro, no distrito de Bragança, em casa de familiares, e, depois, aos catorze anos fixou-se no Porto, com o intuito de estudar Belas Artes. Concluiu o curso de Escultura em 1963 na Escola Superior de Belas Artes do Porto, onde foi professor.
Em 1968, com os colegas Ângelo de Sousa, Armando Alves e Jorge Pinheiro, que com ele terminaram o curso com a classificação máxima, formou o grupo Os Quatro Vintes. A inspiração para o nome usado nas exposições deste grupo de artistas foi encontrada num popular maço de tabaco, da marca "Três Vintes".
No Porto, onde passou a maior parte da sua vida e dizia que era onde queria um dia morrer, fundou e presidiu à Cooperativa de Ensino Artístico Árvore que, desde 1963, é uma referência cultural da cidade. Também se ligou ao Minho, mais concretamente a Vila Nova de Cerveira, onde recuperou o convento de São Paio e ajudou a promover a Bienal Internacional de Cerveira, instituída no ano de 1978.
Expôs individualmente desde 1964, em cidades como o Porto, Amarante, Alfândega da Fé, Vila Nova de Cerveira, Cascais, Tóquio, Paris e Macau. Nesta última, por exemplo, apresentou Esculturas e Desenhos no Leal Senado, em 1992.
Foi autor de poderosas esculturas de anjos/anjas, cristos e salomés e de distinta arte pública espalhada por muitos pontos do país (Porto, Viana do Castelo, Monção, Arcos de Valdevez, Vila Nova de Cerveira, Vila Real, Lisboa etc.).
Participou desde 1973 em exposições coletivas, realizadas em Portugal, na Áustria, em Espanha, na Hungria, nos EUA, na Alemanha, no Luxemburgo, em Itália, no Brasil, na Índia e na China, entre outros locais.
Além da escultura dedicou-se igualmente a outras expressões artísticas. Faz Ilustração para livros de escritores e poetas, como Eugénio de Andrade, Jorge de Sena, Vasco Graça Moura e Albano Martins. Produziu cerâmica e medalhística, executando centenas de medalhas para várias entidades, tendo chegado a participar no certame internacional FIDEM (1993, 1994, 1995 e 1996). Realizou cenografias – em Espanha, colaborou com a Companhia Nacional de Teatro da Galiza e com a Companhia de Teatro de Madrid, e, em Portugal, com o Teatro Universitário do Porto, com o Teatro Experimental do Porto, com a Seiva Trupe, com o Teatro Experimental de Cascais e com o Teatro D. Maria II e, ainda, com a Câmara Municipal Porto, para quem desenhou o cenário da cerimónia de classificação do Porto como Património da Humanidade, naquela instituição em 1996.
No Porto restaurou uma antiga chapelaria, localizada na rua da Fábrica Social, em Santo Ildefonso, um espaço que usou como atelier, e que converteu na Fundação José Rodrigues, dotada de salas de exposição e de um auditório.
Morreu a 10 de setembro de 2016, antes de completar 80 anos de idade, num momento em que a Câmara do Porto e a Fundação José Rodrigues preparavam homenagens ao artista.
É um dos maiores nomes das artes plásticas portuguesas. Está representado em várias coleções particulares e instituições, no país e no estrangeiro. Como artista que se prezava, a sua obra não deixou de gerar alguma controvérsia. Foram célebres as fortes críticas ao Cubo da Praça da Ribeira, de 1976, ou ao monumento ao empresário, de 1992, duas peças hoje aceites e respeitadas pelos portuenses.
(Universidade Digital / Gestão de Informação, 2008)
As Anjas e Salomé, photos de Egídio Santos
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Nasceu na cidade do Porto, Portugal, em 21 de Setembro de 1959.
A sua fotografia aborda, principalmente, temas sociais.
Quase sempre a preto e branco,
a sua narrativa fotográfica avança por "Paisagens Sonhadas" e "Rios Eternos",
de uma forma extremamente realista e humanista.
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Nascido em Lisboa em 1985. Reside actualmente na freguesia da Pontinha em Odivelas.
SMILE, influenciado pela mãe, desde muito novo se interessou pelo desenho. Mas foi através de dois primos que o interesse se transformou em paixão.
Foi no início da década de 90, através do filme Beat Street, que o bichinho do Hip Hop o invadiu. Dois pares de anos mais tarde, levado pelo som de Vanilla Ice, Kriss Kross e Mc Hammer, descobriu que o Hip Hop lhe estava nas veias.
Experimentou o break e a música, quando tinha 13 anos, chegando a escrever algumas letras e a gravá-las para cassete com um amigo de escola. Foi aí que sentiu que não era o lugar certo na Cultura.
Sem nunca parar de desenhar, é em meados de 1999 que decide dedicar-se ao Graffiti. “Fechado” 2 anos a criar, pinta pela 1ª vez “SMILE” com latas de uma loja de ferragens. Não obtendo o resultado desejado, continua a desenhar cada vez mais.
Em 2002 ganha o seu 1º Concurso de Graffiti em Odivelas. A partir daí surgiram inúmeras propostas de trabalho no qual grande parte para a Junta de Freguesia da Ramada. Ficou em 1º lugar no mítico Concurso de Graffiti em Oeiras em 2004 e em 2º lugar em 2006. Conta com trabalhos para várias marcas como, por exemplo, Nissan, Mc Donald's, Billabong, SIC, TVI, RTP, LRG, DVS, MagicMushroom, Cannabis Energy drink, CIN, AMI, Adidas, Uni-Posca etc entre outras. Um dos seus trabalhos mais conceituados é para a MONTANA COLORS em 2005, marca de latas de Graffiti, e a pintura da fachada de um prédio em Olhão com o apoio da UNI-POSCA em 2010. Viagens a Inglaterra, França e Alemanha fizeram com que o seu portefolio ganha-se uma maior notariedade. Conta ainda com alguns encontros e workshops de Graffiti e com mais umas quantas exposições.
Neste momento faz parte da writer team da LRG, marca de roupa Americana.
Actualmente tem a decorrer o projecto da sua Galeria&Atelier, Primeira Arte Atelier&Gallery. É assim intitulado este espaço, que reune as 4 vertentes da cultura contando com inúmeras exposições de Graffiti e numa parte social os workshops criados para crianças.
As áreas de Design Gráfico e Fotografia são uma paixão que servem de inspiração para as suas pinturas, utilizando-as como veículo de comunicação para dizer a todos que o Graffiti é uma forma de Arte, uma maneira de Estar e de Ser, mas tentando nunca fugir às suas origens… a Rua!!!
photos de Ferreira Monteiro
découvrir Smile
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Um documentario de Left Hand Rotation, lefthandrotation.com , para o projeto ALFAMÁ É MARCHA.
Meses antes do começo dos Santos Populares começam os ensaios da marcha popular em Alfama e vizinhos de todas as gerações se submergem nos preparativos. Um sentimento de pertença invade cada beco de um bairro em feroz processo de gentrificação, onde muitos de seus antigos moradores já foram forçados a abandonar suas casas, sem uma opção de permanência que evite a dolorosa ruptura de seus vínculos barriales.
Mas Junho está de volta e os antigos e atuais moradores de Alfama se reencuentran, movidos por esta cadencia anual que os leva de novo a se sentir parte do bairro. Cómo prolongar este estado de ânimo durante o resto do ano? Qué significa para o bairro a marcha de Alfama? A quem pertence este património? Cómo evitar que a memória e as formas de habitar coletivas sejam substituídas por uma versão folclorizada da vida em comum do bairro para consumo turístico?
"Alfama é marcha" documenta o processo de trabalho de um projeto coletivo que "visa promover o envolvimento da comunidade de Alfama na valorização do seu património cultural, material e imaterial, através da consolidação de um espólio significativo da realidade das Marchas Populares no bairro".
facebook.com/AlfamaeMarcha
Rédigé à 11:44 dans Povo portugues, Traditions, Voyages | Lien permanent | Commentaires (0)
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Comme grand nombre de portugais, mes parents, mon frère et moi avons fait pendant plusieurs années le voyage en voiture vers le Portugal.
Une véritable expédition, particulièrement stressante pour ma mère qui devait veiller au bon déroulement des préparatifs (valises, rangements, provisions… et j’en passe), mon père, qui était le seul à posséder le permis, se mettait en conditions profitant des quelques heures précédant le voyage pour se reposer, quant à mon frère et moi, excités par le voyage, nous préparions joyeusement nos petits sacs à jouets, cassettes audio PIF poche, bibliothèque rose et verte…
Mon père aimait partir tôt, de nuit, « conduire à la fraiche » comme il disait.
Ce qui ne nous enchantait pas vraiment. Mais qu’importe, c’était les vacances.
Arrivait enfin le jour J. Nous voilà tous à bord de la CX noire prête à « décoller ». Plutôt que le tape-à-l’œil, mon père privilégiait le confort, et pour lui la CX répondait à ce critère. J’avoue, pour ma part, que la suspension hydropneumatique du véhicule me rendait malade. Je passais donc une grande partie du voyage allongée.
Nous traversions la France, tout en écoutant les cassettes audio que nous avions emportées pour que mon père reste éveillé.
Dans les années 70 notre voiture n’était pas équipée d’autoradio, alors nous emportions une valise, véritable bijou de technologies en son temps, qui comprenait dans son couvercle deux enceintes stéréo, ainsi qu’une platine tourne disque, un lecteur/enregistreur cassette audio et une radio toutes ondes (avec antenne dépliable intégrée).
Nous mangions dans les restaurant d’autoroute du type L’Arche, reprenions la route, puis nous nous arrêtions un peu sur des aires de repos lorsque mon père était fatigué, on en profitait pour se dégourdir les jambes et se faire un gouter. Puis arrivés à la première frontière et après les contrôles d’usage nous traversions l’Espagne, sans nous presser. Mon père s’y perdait souvent au début (bénit soit le GPS), et pour demander sa route mon père baragouinait un portugais aux accents espagnols. Quoiqu’il en soit, il se débrouillait plutôt pas mal mon père : on finissait quand même par arriver au Portugal !
Et là nous commencions à traverser une kyrielle de petits villages Transmontanos, semblables les uns aux autres, croisant sur notre route vaches et moutons, enfants, hommes et femmes aux visages burinés et chiens errants.
Plus nous approchions du village de Gralhas plus les routes devenaient sinueuses, partiellement goudronnées et jalonnées de trous.
Le décor était planté : paysages arides et montagneux, des chênes et des champs à perte de vue, de vieilles maisons en granite, des femmes vétues de noir, des odeurs de campagne… voilà à quoi ressemblait Tras-Os-Montes.
Comme chaque année Grand-mère et Grand-père nous attendaient devant la maison.
Vous nous manquez…
Les voitures cathédrales de Thomas Mailaender
Rédigé à 11:27 dans Emigration portugaise, Souvenirs, Temoignages, témoignage | Lien permanent | Commentaires (0)
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