Frankelim Amaral est né en 1976 à Covão, un village de la Région d’Aveiro. En 2001, Frankelim décide de quitter le Portugal pour la France. Passionné d’écriture, il va durant plusieurs années nourrir un rêve qui verra le jour quelques années plus tard.
C’est en 2010 que je rencontre Frankelim qui me fait part de son projet. Avec son ami Pedro Antonio ils ont dans l’idée de lancer un magazine afin de promouvoir la culture lusophone en France, et me proposent d’animer une chronique mensuelle autour de l’art.
Je vais les accompagner durant un peu plus d’un an.
Cela fait sept ans que le magazine existe, sept ans d’engament et d’assiduité, d’un homme parti de rien, amoureux de la lusophonie et qui n’a jamais abandonné ses rêves…
Bonjour Frankelim, d’où est venue l’idée de créer PortugalMag ?
Apesar da minha vinda para França, Paris, sempre continuei mantendo uma forte ligação com Portugal, o meu gosto pela nossa cultura, pelas nossas raízes, nossas identidades, levaram-me à procura de refúgios onde se pode encontrar um pouco daquilo que deixei, para traz, daquilo que afinal nunca deixei, porque a cultura vai com nós para qualquer parte do mundo, e foi nessa procura que reparei, que afinal havia e há alguns locais onde podemos encontrar Portugal em França ou em qualquer parte do mundo.
Só que não encontrei muita comunicação à volta da cultura, então com o meu amigo e agora sócio, Pedro António, falei na ideia de criar uma revista onde pudéssemos falar da cultura, do que de bom se faz na comunidade, onde pudéssemos escrever sobre literatura, pintura, gastronomia, música... e aí o Pedro disse-me que podia contar com ele, e assim depois de muito trabalho, sacrifício, muitas horas em que deixamos a vida familiar um pouco de lado mas por uma boa causa. Penso que a maior parte da comunidade lusófona conhece a Portugal Magazine, que este ano, festeja o seu oitavo aniversario.
Je me souviens qu’au début tu cumulais ton activité professionnelle et le lancement du magazine. Racontes-nous les débuts du Magazine…
Ao principio foi difícil, tanto eu como o Pedro tínhamos o nosso trabalho durante o dia, o magazine era feito totalmente aos fins de semana e à noite, o que fazia com que quase todos os fins de semana estávamos pouco tempo em casa, saímos para fazer as reportagens, entrevistas, podemos contar com algumas pessoas que acreditavam no projecto, tal como tu, Maria Yvone, que chegas-te a fazer vários artigos, ligados à cultura e arte...
Depois a revista começou a ter a sua identidade, o apoio de varias empresas e marcas ligadas a Portugal, o que nos colocou a fasquia mais alta e a responsabilidade era maior, isto também por causa do bom trabalho que estávamos a fazer, depois tive que me dedicar a tempo completo à revista e à escrita, onde somos vários na mesma situação, esperando continuar por longos anos a preservar e divulgar a cultura lusófona em França que é o lema da Portugal Magazine desde o início.
Au fil des années le magazine a su évoluer vers plus de culture, de diversité… comment choisis-tu aujourd’hui tes chroniqueurs et tes sujets ?
Na criação do magazine, sempre quisemos ter uma linha editorial mais cultural, o que não nos foi possível ao inicio, porque para darmos a conhecer a revista e atingir o máximo de leitores, tivemos que nos diversificar em vários temas, alargando mais a nossa divulgação nos assuntos tratados, porque sem leitores uma revista no vale nada, depois com o tempo, continuamos a ir ao encontro daquilo que queríamos ao princípio, porque também é bom citar que ao principio, antes de criamos a empresa FP PRODUCTIONS, as primeiras edições foram editadas pela associação “Artes & Letras” a qual presido mais o meu sócio Pedro, e tal como o nome indica, baseia-se na cultura.
Hoje a revista é realizada por uma grande diversidade de temas, mas sempre ligados a divulgação das nossas raízes.
Os nossos cronistas, a maior parte acidos e outros casualmente, mas todos fazem parte de uma equipa na qual podemos chamar família, onde mantemos uma ligação mais além do que o trabalho na revista, estávamos abertos a todas as propostas de crónistas, desde que o tema seja uma mais valia para a divulgação da cultura.
Aproveito aqui para agradecer a todos os que de alguma forma têm colaborado para a Portugal Mgazine
Qui sont les lecteurs de Portugal Mag ?
Os leitores, podemos dizer que são todos os que falam a língua de Camões, porque a maior parte dos artigos são em Português, fazemos de propósito, para que os leitores estimulem a leitura ao Português e não percam a prenuncia da nossa língua.
Mas voltando aos leitores, como a cultura não é uma tema em que a idade pode ser determinante para este sujeito, os nossos leitores são todos, desde que comecem a ler o português até aquele que ainda tenha (vista) para ler, porque uma entrevista a José Luis Peixoto, ao Cônsul Geral António Moniz, a Mariza, a Anselmo Ralph, a Joana Vasconcelos ou uma reportagem sobre uma festa de associação, a um empresário, a uma porteira, a um artista, artigos de moda, direitos de justiça, literatura, história, cronicas de opinião, penso que em cada lar português, a revista Portugal Magazine irá encontrar leitores para todos os artigos.
Comment est-il diffusé ?
São 15.000 revistas editadas mensalmente, temos um serviço só para a distribuição, e a revista é distribuida essencialmente na região parisiense “Île de France” nos locais de maior passagem da comunidade lusófona, comércios de produtos portugueses, cafezes, restaurantes, empresas... criamos uma perceria entre a companhia de seguros Fidelidade e a rede de restaurantes Pedra Alta para ser distribuída em todos os restaurantes com um expositor somente para a revista, também no consulado, embaixada, instituições lusófonas como o Instituto Camões, em todas as saídas que fazemos para reportagens, em festas, ou exposições, teatros, galerias... e também é feita uma distribuição interna nas companhias bancarias com quem trabalhamos.
Uma parte também é feita por correio, para os nossos assinantes, que não estão somente em França, mas também em outros países.
E claro, em todo o mundo via internet através do nosso site www.portugalmag.fr onde podem consultar a revista online, a agenda lusófona, vários artigos e notícias e partilha nas redes sociais... temos um grande visibilidade nas redes sociais onde estamos em constante actualização do conteúdo.
Imaginais-tu atteindre ce succès en quelques années ?
Sinceramente sim, porque se te disser não, então não teria acreditado no projecto, no nosso trabalho, se quando fazes algo, crias, constróis, se não acreditares é porque estás a fazer mal.
Nós foi objectivos que impomos ao longo dos meses, anos, e hoje o fruto do nosso trabalho começou a ser retribuído pela popularidade do magazine em França,
Também fomos nomeados com a atribuição do diploma do Prémio « Empreendedorismo Inovador na Diáspora Portuguesa » iniciativa da COTEC em 2012 prémio entregue pelo antigo presidente da república Portuguesa, Cavaco Silva.
A Portugal Mag também tem expandido o seu ramo de actividades, na realização produção e co-produção de grandes espectáculos para um público muito vasto, como por exemplo a homenagem dos quarenta anos de carreira de Herman José, grande gala de homenagem à diva do fado, Amália Rodrigues na mítica sala do Olímpia em que esgotou para este espectáculo, brevemente, um espectáculo de humor no belíssimo teatro do Trianon em Paris, e vamos também co-produzir um concerto do grande fadista Carlos do Carmos no Grande Rex em Paris. Entre outros espectáculos que temos realizados, produzido ou patrocinado, porque para nós é muito importante esta ligação com a cultura, e a nossa cultura musical é bastante rica.
Tu es également écrivain, d’où te viens cette passion pour l’écriture ?
Por vezes penso que não é paixão, mas até acabo por chamar uma doença, ou o remédio, não sei bem, mas é algo que necesito na minha, vida, necessito de escrever, pequeno era um pouco tímido, então na escola comecei a usar as mensagens e poemas que escrevia, para dar às meninas de quem gostava , porque não tinha coragem para lhes dizer, e elas riam-se de mim, mas prontos, a escritura nunca se riu de mim, muitas das deves deu-me o sorrido e também enxugou as minhas lágrimas.
Depois quando emigrei, tinha poucos amigos e como a minha família tinha ficado em Portugal, a escrita, o papel e a caneta foram os meu principais amigos para matar a saudade de quem ficou longe, mas com a escrita sempre junto a mim.
Depois veio as minha colaborações com cronicas em revistas e jornais, contactos com editoras, e hoje já são vários livros editados, dezenas de antologias que participei e alguns livros em co-colaboração e cordenador em alguns livros e colecções.
J’ai appris que tu te lançais également dans l’édition, parles-nous de Portugal Mag Edições…
Sim, sempre com o meu incansável amigo, Pedro António, neste caminho da escrita e edição, o Pedro tem sido uma companhia constante.
Ao logo dos últimos anos, no ceio da comunidade lusófona e em contacto com os livros, reparamos que havia uma falta de "ajuda" para os novos autores, que tinham muitos problemas em serem editados, a maior parte das editoras não lhes interessam essa "gente" que está emigrada, é assim que são tratados por algumas editoras, e ai pensamos em criar a editora, Portugal Mag Edições, com linhas de edição mais viradas para autores portugueses e lusófonos.
Mas também nos apercebemos que nas centenas de associações e instituições portuguesas em França, não há, ou pouco há guardado as recordações, história da associação, vivências, suas actividades, por isso já começamos um trabalho de preservação do património cultural Português em França na recuperação nas principais associações e instituições lusófonas em França, na realização de um livro por associação, onde ficará para sempre marcado o percurso da instituição, já temos vários livros editados e outros tantos em realização, esta colecção tem como título, « Memórias Fotográficas » com o apoio do Consulado Geral de Portugal em Paris.
Também estamos a finalizar a paginação da primeira colectânea de poesia lusófona em Paris com a participação de mais 80 autores de vários países lusófonos, este livro será brevemente apresentado no Consulado de Paris e de seguida em Portugal.
Com poucos meses de existência, a Portugal Maga Edições já conta com vários livros editados de diversos temas.
Queria realçar que acompanhamos o autor em todo o projecto da realização do livro, desde a paginação, visual, capa, apresentações... não queremos ser uma marca ligada à edição, mas sim uma edição com rosto, onde os autores podem vir, falarmos e tratarmos cada um de maneira diferente conforme o seu livro, o seu projecto, mas no final são todos tratados por igual, com respeito e consideração por aquilo que escrevem, porque muitos têm ali naquelas folhas, uma grande parte dos seus sonhos.
Espero que a Portugal Mag Edições caminhe na mesma direcção da revista Portugal Magazine e que daqui a algum tempo, seja uma referência na edição lusófona.
Podem consultar o nosso catálogo, autores e livros através do nosso site www.portugalmagedicoes.com
La press écrite traverse une mauvaise passe, avec le digital certains journaux papier viennent à disparaitre, comment vois-tu l’avenir de PortugalMag ?
Não vejo o mínimo problema para o magazine, para os jornais diários, semanais ou quinzenais, isso pode ser um problema, porque o conteúdo de um jornal, que é a informação instantânea, presente do que se passa relacionado com a linha do jornal pode muitas vezes chegar tarde aos leitores visto todos os meios de informação digital que existem. Mas para a Portugal Magazine, onde abordamos temas que por vezes estão durante muito tempo na actualidade, porque elaboramos alguns assuntos que não têm momentos certos de informação, com uma entrevista exclusiva, como temos várias, todos os meses, esses temas têm sempre leitores que esperam para ler a entrevista, a reportagem, ver as fotos... e penso que o papel nunca irá desaparecer, sobre tudo na parte de informação, porque as pessoas gostam de ler ao sentir as paginas, espero não me enganar...
Cher Frankelim, tu es de nature insatiable, un homme généreux et exalté … j’imagine que tu as bien d’autres projets en tête, peut-être souhaiterais tu nous en parler …
Esta é a resposta mais difícil a responder...
Projectos tenho alguns, mas isso é complicado a falar, porque os projectos sem objetivos não valem nada, é claro que todos os objectivos começam com projectos.
Estou a finalizar mais um livro, um romance, continuo ligado à escrita, edição, produção, tenho escrito algumas letras para musicas populares, agora estou mais ligado à escrita para interpretes de fado, aproveitando cada dia que a vida me proporciona, procurando, fazer felizes aqueles que amo e gosto, continuando a ser eu, com o tempo a idade a passar, mas mantendo sempre uma alma de criança na parte de acreditar que tudo é possível, basta o homem acreditar, mesmo se for difícil, a descoberta de cada momento é uma das maiores riquezas, para mim, por isso posso dizer que tenho dezenas, centenas, milhares de projectos, enquanto acreditar que sonhar é o primeiro passo para encararmos a realidade.
Obrigado Yvone pela tua simpatia, e parabéns pelo teu trabalho em prol da cultura lusófona. Até breve, talvez nas paginas da Portugal Magazine.
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