Em março, o sável é rei em Vila Franca de Xira. Alfredo Vicente Fernandes, na foto em cima, mais conhecido por Cálão, é um pescador no Tejo, na Póvoa de Santa Iria. Toda a sua vida recolheu do rio sável, corvina, robalo, chocos, camarão, entre outras espécies. Esta foi e é a sua labuta, com a planície no horizonte, o cheiro a maresia pela manhã e nos tempos livres a construir miniaturas de barcos e redes de pesca com que decora a sua habitação, casa de arrumos e o casa museu dos avieiros que pode ser visitada na Póvoa de Santa Iria. “É um homem cheio de energia”, elogia o amigo António José Silva, soltando uma gargalhada. Também ele avieiro, “Tonho Zé” admite que o rio já passou por maus tempos. “Agora já quase não há poluição”, garante. “E o peixe é de melhor qualidade que aquele que é pescado em alto mar pelas redes industriais”, assegura. Capturado à mão, cada peça é colhida com cuidado e, logo, “chega menos amassado e mais saboroso”, assevera. Tonho Zé adora aquilo que faz mas teme pelo futuro da tradição avieira. “Hoje ninguém quer seguir esta arte. Não é preciso a fiscalização. Nós próprios acabamos connosco”. http://revistagira.blogspot.fr/
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