"Em Lisboa, de visita à casa de fados de Márcia Condessa, também ela fadista, embalada pela sangria, trauteia um fado. Imediatamente é convidada pela proprietária da casa para integrar o elenco do estabelecimento. Não regressa ao Porto.
Por sessenta escudos por noite, ali cantou, mas a sua carreira depressa evoluiu, passando a cantar nas principais casas de fado de Lisboa, palcos da revista, obten...do êxitos como Fado Para Esta Noite ou John Português. Foi e continua a ser uma presença assídua em palcos estrangeiros, já tendo participado, por exemplo, no Festival Atlantic Waves. É precisamente na década de noventa, com o fado a cair ainda no esquecimento, que a sua carreira dá um salto maior, desta feita, para os festivais internacionais, onde é aplaudida pelo público cosmopolita.
Com atenção centrada na selecção dos poemas que canta, as suas actuações têm aclamada profundidade. O seu repertório próprio, custou-lhe o próprio dinheiro, pois para obter algumas letras teve mesmo de as pagar.
De Vasco de Lima Couto, poeta seu amigo, canta grandes êxitos como A Vida que Eu Sofro em Ti e o memorável Pomba Branca. Canta, como quase todos os fadistas da sua época, poemas de José Carlos Ary dos Santos, que lhe escreveu com Fernando Tordo, o Fado da Bia e o inesquecível Meu Corpo.
Em 2012, Beatriz Da Conceição é a figura central do documentário O Fado da Bia, realizado por Diogo Varela Silva, com intervenções de Camané, Carminho, Carlos do Carmo, Aldina Duarte, Jorge Fernando, Ana Moura, Helder Moutinho e Raquel Tavares, esta última que já tinha assinalado publicamente a fadista como uma das suas maiores referências"
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