Hoje, artesã certificada, Júlia Côta continua a dar vida e cor ao mundo fantástico que a rodeia,uma imagem de marca, herança de sua mãe. O barro ganha vida nas mãos de Júlia Côta.
Júlia Côta de 73 anos, residente em Manhente, no Concelho de Barcelos e neta do «pai do Galo de Barcelos», Domingos Côto, toda a vida trabalhou com o barro, desenvolvendo um imaginário muito próprio nas peças de figurado que cria. Mãe de sete filhos, Júlia Côta, guarda a mágoa de nenhum deles ter seguido o ofício ao qual dedica tanto carinho e no qual se iniciou ainda criança.
Filha da Rosa Côto, também uma referência no figurado Barcelense, Júlia deixa-se inundar pela imaginação e as suas mãos voam enquanto dá vida às figuras religiosas, animais, cenas da vida rural, a rainha entre outras temáticas nascidas do barro. Chegou a receber 15 tostões à hora, como gosta de relembrar. De trato fácil e emoções à flor da pele, Júlia Côta diz tudo o que pensa. Não sabe ler nem escrever, mas aprendeu as suas iniciais para poder assinar as peças.
Domingos Côto, avô de Júlia, inicia-se na arte do barro no século XIX e a partir daí começa a saga da família Côto, que culmina então na residente de Manhente, que trabalha o figurado há sessenta anos.
Apesar de ir avançada na idade, não há nada que a artesã mais goste de fazer do que trabalhar com o barro, dar cor e vida a peças que marcam presença em feiras de artesanato e no cenário do figurado de Barcelos. Carla Santos para Café Portugal
Commentaires