"Pendant environ six mois, les garçons du village écrivaient des vers aux filles. Mourrait alors un animal au village et à travers des vers, celui-ci était divisé symboliquement entre chaque fille. On critiquait ainsi un aspect physique ou moral de chacune d’elles. Traditionnellement, ces vers étaient lus le mardi de Cendres ou le Dimanche Gras.
Actuellement, les filles écrivent également des vers aux garçons."
"Durante cerca de seis meses, os rapazes da aldeia escreviam quadras às raparigas. Um animal morria na aldeia e, através das quadras, era dividido, simbolicamente, pelas raparigas. Assim, criticava-se um aspecto físico ou moral de cada uma delas. Tradicionalmente, eram lidos na Terça-Feira de Cinzas ou no Domingo Gordo.
Actualmente, as raparigas também fazem motes aos rapazes. Em 1993, no Domingo Gordo, depois de terem desfilado com a vaca, feita de papel, que ia ser, depois, dividida, as raparigas leram os seguintes motes aos rapazes de Covas do Barroso."
Pedimos a vossa atenção
Para o que vamos contar:
Os compadres mataram uma vaca
Para de carne se poderem fartar.
Andava o pobre animal
No lameiro a pastar,
Quando eles se lembraram
De a vida lhe tirar.
Depois de ela estar morta,
Começou a discussão:
Uns queriam-na levar toda,
Outros diziam que não.
Por fim chegou o marchante,
Que pôs termo à questão
Dizendo: - Sou eu quem parto
E faço a divisão.
Ficou tudo em silêncio,
Para ver o que saía.
- Ninguém há-de ficar mal -
O marchante assim dizia.
I. O Paulo do Treze,
Por ser novo na função,
Ia pegar nos rins
Mas deram-lhe um empurrão.
II. O Agostinho do Castro,
Por ser muito envergonhado,
Diz que não queria que o vissem
Pegar na caroca do rabo.
Extrait du site COVAS DO BARROSO
Et photo de Gérard Fourel
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